Parcerias e economia como meta de gestão
Suzy Monteiro 16/03/2019 17:53 - Atualizado em 20/03/2019 20:46
Longe do tempo em que o ouro negro derramava dinheiro nos municípios produtores, o lema atual tem sido economizar e firmar parcerias. Em Campos, por exemplo, comerciantes, moradores e veranistas comemoram o verão de Farol de São Thomé, que atraiu mais de 700 mil pessoas do Réveillon ao Carnaval. Porém, ao contrário de anos anteriores, nomes como Diogo Nogueira, Gabriel o Pensador, Frejat, Mart’nália e Biquini Cavadão, além de diversos atletas, se apresentaram através de parceria com o Sesc RJ. Com isso, a Prefeitura priorizou artistas locais, além de promover mais de 200 atividades durante a temporada. O investimento no verão, segundo a Prefeitura, foi de R$ 1,522 milhão. Em termos comparativos, no primeiro ano do governo Rosinha, o verão custou mais de R$ 2 milhões só em shows nacionais. Em outras áreas do governo, aponta o prefeito Rafael Diniz (PPS), economizar e firmar parceiras também tem sido o caminho.
O verão longo – Carnaval foi apenas no início de março – proporcionou uma programação variada na praia campista de Farol. Durante 68 dias, foram mais de 200 atividades e 70 bandas ao longo da Orla (Lagamar; Arenas Cultura, Esporte Verão, Show Farol; Espaço Para Todos e Xexé) contemplando público de todas as idades.
— Desde o início da nossa gestão, buscamos a iniciativa privada como parceira. É preciso otimizar custos e para isso contamos no verão em Farol com um grande parceiro que foi o Sesc RJ, além dos apoiadores. Durante anos fizeram gastos milionários, onerando os cofres da Prefeitura e deixando de investir em áreas importantes, como saúde, educação e segurança. Com muito menos, fizemos uma festa linda que agradou moradores, visitantes, sobretudo, comerciantes e ambulantes com segurança e geração de renda — frisou o prefeito Rafael Diniz.
Durante toda a temporada, a rede hoteleira registrou ocupação de mais de 90%, um aumento de cerca de 25% em relação aos anos anteriores. Os números ainda estão contabilizados pela Associação de Comerciantes, Hoteleiros e Similares de Farol de São Thomé (Aschom). Mais de 700 mil pessoas passaram pelo litoral de Campos do Réveillon ao Carnaval.
No setor de alimentos, por exemplo, o verão 2019 foi um dos mais movimentados da história do balneário. “As vendas superaram nossas expectativas e esse é o melhor verão dos últimos anos, com certeza. Nossas vendas estão acima da média desde o início do ano”, já afirmou Marcele Pacheco, gerente de uma lanchonete.
Aeroporto, Educação e Bienal como exemplo
Outro exemplo de parceria bem sucedida é a 10ª Bienal do Livro de Campos. A edição de 2018 da feira literária custou quatro vezes menos do que a anterior, com economia de R$ 1,3 milhão somente em estrutura e outros R$ 650 mil economizados ao não contratar uma curadoria. Durante seis dias, 50 mil pessoas visitaram a Bienal.
O modelo de gestão também vem sendo aplicado em outras áreas. O Aeroporto Bartolomeu Lisandro, municipalizado, desde 2017 deixou de dar prejuízo à Prefeitura e passou arrecadar mais do que gasta. Com o contrato de concessão publicado semana passada, o aeroporto vai receber investimentos de R$ 98 milhões, durante os próximos 30 anos, sendo R$ 28 milhões nos primeiros cinco anos.
Na educação, por exemplo, com o sistema de matrículas, merenda escolar e livros didáticos a economia será de cerca de R$ 100 milhões até 2020 com a Prefeitura utilizando sistema criado por servidor estatutário, regionalização da merenda escolar e a escolha de livros oferecidos, gratuitamente, pelo Ministério da Educação. O novo Diário Oficial do Município, desde dezembro de 2017, passou apenas para a versão online e com economia de meio milhão, por ano: “Quando falamos em economia na educação, não estamos deixando de investir na área. Muito pelo contrário, estamos otimizando custos e aplicando esses recursos em reforma de escolas e abertura de laboratórios de ciência e de informática”, destacou o prefeito Rafael Diniz.
Em 2013, R$ 2 milhões só em shows nacionais
Os gastos no verão em governos anteriores chegaram a repercutir na mídia nacional. Em 2013, por exemplo, primeiro ano do segundo mandato de Rosinha Garotinho, o jornalista Lauro Jardim, então na revista Veja, destacou publicações em uma edição do Diário Oficial de Campos, que revelaram mais de R$ 600 mil em shows nacionais no Farol: “Tem dinheiro para todos os ritmos: 190 000 reais para a dupla Jorge e Mateus; 85 mil reais para Lulu Santos; 84,500 para o Padre Fábio de Melo; 80 000 para a bateria da Unidos da Tijuca; 80 000 para a banda Jammil e Uma Noites; 73,900 para Elymar Santos; 35 000 reais para o Grupo Molejo; 25 000 reais para Zizi Possi, entre outras dezenas de artistas desconhecidos”, disse o jornalista. Mas os levantamentos demonstraram que os valores iam além. Em duas publicações anteriores, a soma dos valores pagos para contratação de shows tinha chegado a R$ 1,6 milhão, que somados aos R$ 623,4 chegaram a R$ 2 milhões. Isso sem contar trios elétricos e shows abaixo de R$ 30 mil. Na ocasião, publicações na chamada blogosfera rosácea, disseram que a Prefeitura havia economizado, se comparado com outras prefeituras e outros contratantes.
A soma da economia apontada pela Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, na ocasião, era de R$ 526.413,92.

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