PDT vai de Haddad e debate sem Bolsonaro
11/10/2018 09:59 - Atualizado em 12/10/2018 11:53
O PDT anunciou nessa quarta-feira (10) apoio crítico à candidatura de Fernando Haddad, do PT. A decisão foi tomada em reunião da Executiva Nacional do Partido, em Brasília. O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, ficou no terceiro lugar na disputa, com um total de 13,3 milhões de votos, correspondendo a 12,47% da preferência do eleitorado. Já o PPS, Podemos, DEM, PR e Solidariedade decidem ficar neutros e liberam filiados no 2º turno. Nessa quarta, o presidenciável do PSL — que não irá aos dois primeiros debates — comentou os casos de violência. Sobre o mestre de capoeira morto na Bahia, disse em rede social: “O que teve a ver com isso? Lamento, um excesso”.
O presidente da PDT, Carlos Lupi, afirmou que o partido optou pelo apoio em razão dos riscos que a candidatura de Jair Bolsonaro representa à democracia e às liberdades individuais, a despeito das críticas a atitudes do PT contra o PDT ao longo do processo eleitoral.
— Hoje o tipo de golpe é mais sofisticado, um golpe que pode ser legitimado pelo voto popular, o que torna maior o risco à democracia brasileira — disse Lupi, acrescentando, ainda: “Nós já sofremos 1964, nós sabemos o que foi 1968, nós somos filhos e netos dos que sofreram na ditadura. Somos o partido dos cassados, dos oprimidos, dos exilados e dos mortos — completou.
Debates — Por recomendação médica, Bolsonaro não vai participar do debate marcado para esta quinta-feira (11), na Band, nem no dia 17, da Folha, UOL, SBT. Porém, está prevista sua participação, nesta quinta, em um ato público de campanha, com 380 deputados federais e estaduais eleitos pelo PSL e partidos próximos. Haddad desafiou o adversário e chegou a afirmar que iria a uma enfermaria, se fosse necessário, para debater.
MPF investiga Guedes, o “guru econômico”
O Ministério Público Federal abriu uma investigação preliminar para apurar se o economista Paulo Guedes, conselheiro econômico do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), cometeu irregularidades na gestão financeira de fundos de investimento. A defesa de Guedes declarou que causa “perplexidade” que, às vésperas da eleição presidencial, tenha sido instaurado um procedimento para apurar fatos de um relatório “manifestamente mentiroso”.
De acordo com o Ministério Público Federal, dois fundos de investimentos criados por Guedes tinham a promessa de receber R$ 1 bilhão de sete fundos de pensão, a partir de 2009. A investigação não aponta quanto deste dinheiro foi, de fato, investido.
Ainda na área econômica, Bolsonaro disse, em entrevista, ser contra privatizar a área de geração de energia e defendeu a revisão da política de preços da Petrobras.
As declarações do candidato abalaram a euforia do mercado em relação à sua candidatura. A bolsa fechou em baixa de 2,8% nessa quarta-feira, e o dólar teve alta de 1,4%, subindo para R$ 3,764.
Casos de violência com assassinato e agressão
Os casos de violência continuam se avolumando neste segundo turno da campanha presidencial. O primeiro caso ocorreu ainda na noite de domingo, quando o mestre de capoeira e compositor Romualdo Rosário da Costa, conhecido mundialmente como Moa do Katendê, 63 anos, foi morto com 12 facadas em Salvador, Bahia, após afirmar que tinha votado em Haddad e discutir com um homem que votara em Bolsonaro.
Na noite de segunda-feira, em Porto Alegre, uma jovem de 19 anos registrou Boletim de Ocorrência na polícia relatando ter sido agredida por três homens. Ela relatou à Polícia Civil que após descer de um ônibus, teria sido abordada pelos agressores, porque estava usando uma camiseta com os dizeres #EleNão, em referência ao candidato Bolsonaro. Ela teria levado socos e teve a pele marcada com símbolos semelhantes à suástica, símbolo do regime nazista alemão. Já o delegado Paulo Jardim disse que o símbolo parecia budista.
Na noite de terça-feira, um estudante da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi agredido em frente à instituição porque estava usando um boné do MST. (A.N.)

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