Campistas já estiveram lá dentro
Paulo Renato Pinto Porto 07/04/2018 23:34 - Atualizado em 09/04/2018 18:12
Em comum, eles são campistas e principiaram a carreira com a camisa do Americano, mas já estiveram nos dois lados do campo. E, como campeões, viveram grandes momentos do clássico decisivo deste domingo (8), no Maracanã, às 16 horas, entre Vasco e Botafogo. Odvan, multicampeão pelo Gigante da Colina. Nenem, mesmo em sua curta passagem pelo Botafogo, além de campeão da Taça Guanabara, veio coroar o feito com a volta olímpica no Campeonato Estadual de 2006.
A vantagem do empate é cruzmaltina, mas favoritismo é palavra proibitiva no dicionário de um clássico como o de hoje e na análise de ambos. Ainda mais em confronto decisivo.
— Um clássico não tem favorito, são duas grandes camisas. É muito complicado apontar um favoritismo. O Vasco tem a vantagem do empate, mas num clássico qualquer um dos times cresce muito em campo — comentou Odvan.
Na ótica do vascaíno, as cobranças e o ambiente que circunda o clássico numa decisão fazem o jogador se agigantar em campo. Jogar com alma e vibração pode fazer a diferença.
— É uma semana de muita cobrança dentro e fora de campo, a imprensa fala do clássico toda hora até o dia do jogo, a responsabilidade pesa e, dentro de campo, você tira forças que nem imagina de onde vem. Já joguei muitos clássicos quando o time, às vezes vinha mal, mas quando chegava aquele momento, todo mundo corria por todo mundo e, no fim das contas final, o time que vinha desacreditado surpreendia e vencia o clássico — adiciona ainda Odvan.
Nenem também descarta favoritismo no clássico decisivo, mesmo com a vantagem do empate para o Vasco.
— Numa decisão, a vantagem do empate não conta muito e é perigosa. Um clássico decisivo é totalmente diferente. Minha expectativa é de um jogo aberto, movimentado e sem muito estudo. O Botafogo deve ir pra cima e o Vasco buscando encaixar os contra-ataques — avaliou Nenem, que vive hoje em Rio das Ostras, onde tem uma empresa que trabalha com aço inoxidável e projetos sociais na área do esporte.
Odvan celebra a ascensão do jovem Paulinho como “um jogador diferenciado e que pode ter papel fundamental na decisão”, caso venha se recuperar de uma contusão no braço.
— Ele nem parece ter apenas 17 anos. Me lembra o Juninho Pernambucano, que nunca batia forte na bola, mas colocado, que é difícil para o goleiro pegar. Ele (Paulinho) bate muito bem na bola, com consciência sabe dar o ritmo necessário ao jogo. Quando tem que dar velocidade, ele solta de primeira. Quando tem que segurar a bola, ele faz, levanta o braço e orienta os colegas. Parece um veterano — deslumbra-se.
Zagueiro não pode dominar bola na área
Zagueiro-zagueiro, na concepção do técnico Vanderlei Luxemburgo ao convocá-lo para a Seleção Brasileira, Odvan dá um puxão de orelhas no defensor Paulão pela falha no segundo gol do Botafogo no primeiro clássico.
— Ele relaxou, e posso falar porque que é uma posição onde sempre joguei e conheço bem. Num jogo entre profissionais, zagueiro que tenta dominar a bola na área é pedir para tomar gol, o cara te toma a bola e vai pro abraço. O Paulão relaxou. Tanto é que, contra o Cruzeiro, ele jogou sério e foi o melhor em campo. Mesmo o Mauro Galvão na minha época, nunca dominava uma bola como aquela. Não dava chutão, mas procurava tocar logo de primeira — disse.
“A vantagem do empate  é perigosa”
Natural de Santa Maria, norte do município de Campos, Dorismar Felipe de Souza, o Nenem, foi campeão carioca em 2006, numa fase em que o Botafogo não tinha a estrutura de hoje. Curiosamente, Odvan jogava no Madureira, vice-campeão naquele ano.
— O Botafogo não vivia um bom momento, a diretoria dava as condições de trabalho a gente, mas ainda assim os jogadores foram homens e conseguimos levar o título da Taça Guanabara daquele ano e fomos campeões estaduais com uma equipe sem grandes estrelas, com o Dodô numa grande fase, o Zé Roberto também jogando muito bem... — lembra o ex-lateral direito que jogou ainda no Palmeiras, Cruzeiro, Goiás, Santos, Bahia, Goytacaz, Rio Branco e outros.
Boas lembranças e novo foco na política
Odvan não se lembra de derrotas, mas tem boas lembranças no clássico contra o Alvinegro de General Severiano.
— Não me lembro de ter perdido para o Botafogo, mas me lembro de um clássico em que ganhamos de 7 a 0, com Romário e Euler no ataque — recordou Odvan hoje na Fundação Municipal dos Esportes e aspirante uma cadeira na Assembléia Legislativa.
— Estão me procurando para ser candidato a deputado estadual. Tenho uma história vitoriosa no Vasco e, lá no Rio, a Torcida Força Jovem me apóia e tem braços em várias cidades do Estado. Em breve estarei em Nova Friburgo, onde alguns amigos que são lideranças de lá querem falar comigo — revelou.
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