Uenf em enfrentamento no Rio
08/08/2017 23:11 - Atualizado em 10/08/2017 13:45
No mesmo dia em que os técnicos-administrativos da Universidade do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf) aderiram à greve, uma manifestação foi realizada no Rio de Janeiro e o reitor da Universidade, Luis Passoni, foi recebido na secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro, no Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O saldo foram R$ 7,5 milhões no orçamento para bolsas de alunos, além de promessas de pagamento dos salários atrasados de professores e servidores e autonomia financeira a partir de 2018. A notícia foi dada em primeira mão pelo jornalista Aluysio Abreu Barbosa, no blog “Opiniões”, hospedado na Folha 1.
Junto à presidente da Faperj, Maria Isabel Castro, foi mantida a previsão orçamentária inicial de R$ 15 milhões para bolsas de estudantes em 2017, anteriormente reduzida à metade. Com Gustavo Tutuca, secretário estadual de Ciência e Tecnologia, a promessa foi de acerto dos salários atrasados de professores e servidores ainda este mês e pagamento até outubro o 13º de 2016 e acerto do salário até setembro. Na Alerj, a luta foi para que o orçamento de 2018, de R$ 180 milhões, seja executado em duodécimo, com o repasse mensal de 1/12 do total em papel moeda.
No encontro com o secretário, Passoni destacou que a maior reivindicação dos servidores da Uenf é pela regularização dos salários. Ele acredita que, resolvida essa questão, e também a dívida com os fornecedores, os trabalhos possam ser retomados.
— Nessa conversa, eu coloquei a necessidade de termos uma verba contínua para a manutenção da universidade, porque conseguiríamos nos organizar — disse o reitor.
Em nota, o Governo do Estado disse que será realizado o leilão da folha de pagamento. O valor mínimo é de R$ 1.317.767.421,22. Com os recursos dessa operação, o governo do Rio espera quitar os salários de maio e junho dos servidores até o fim desse mês. O Estado ainda aguarda a homologação do Plano de Recuperação Fiscal que vai possibilitar o reequilíbrio fiscal do Estado que permitirá a realização de operação de crédito de até R$ 3,5 bilhões. A expectativa é que a operação seja realizada no prazo de até 60 dias, após a homologação.
  • Alunos e servidores protestando no Rio

    Alunos e servidores protestando no Rio

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    Alunos e servidores protestando no Rio

Alunos e servidores lado a lado na capital
Enquanto o reitor Luis Passoni, acompanhado do e o chefe de gabinete da Uenf, Raul Palácio negociavam com na secretaria de Ciência Tecnologia e Desenvolvimento Social, no Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e com Deputados na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), alunos e servidores estiveram lado a lado em manifestação em frente ao Palácio das Laranjeiras, sede do Governo do Estado. Junto com servidores da secretaria Estadual de Ciências, Tecnologia e Desenvolvimento Social (Uerj, Faetec e Uezo), cobraram um posicionamento sobre os salários, bolsas e verbas atrasadas.
De acordo com o presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Bráulio Fontes, a manifestação foi pacífica, ao contrário da recepção do Governo.
— Chegamos ao Largo do Machado e seguimos em marcha até o Palácio Guanabara, mas não fomos muito bem recebidos. Queríamos uma audiência com o governador Pezão e acabamos sendo recebidos pela PM com gás de pimenta e o movimento foi disperso — disse o representante do corpo discente da Uenf.
Diante das seguidas promessas quebradas pelo Governo do Estado que, além do atraso nos salários dos servidores, desde 2015 não faz nenhum repasse à universidade, fica a dúvida sobre as respostas positivas ontem.
— O maior perigo dessa jogada midiática do Governo é o servidor acreditar, como já aconteceu, e voltar para casa. A mobilização tem que permanecer até que a promessa seja cumprida, com ou sem greve. Essa cortina de fumaça é muito desmobilizadora. Enquanto o governo ia pagando as várias parcelas, nós não fizemos greve. É no momento em que a gente passa a não receber nada e os aposentados passam a ter que pegar cesta de alimentos, que se diz basta. Até então, as pessoas estavam quase que se acostumando a receber em cinco parcelas o salário, para não parar as universidades — disse a presidente da Aduenf, Luciane Silva, acrescentando, ainda, que após a apresentação de um calendário de pagamentos, deverá acontecer uma nova assembleia para decidir os rumos do movimento. 
(J.R.) (D.A.)

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