O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro anunciou nesta quinta-feira (31) que desistiu de se candidatar à Presidência da República no pleito deste ano. Em nota, ele informou que aceitou convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para se filiar ao partido.

“A troca de legenda foi comunicada à direção do Podemos, a quem agradeço todo o apoio. Para ingressar no novo partido, abro mão, nesse momento, da pré-candidatura presidencial e serei um soldado da democracia para recuperar o sonho de um Brasil melhor”.

Sergio Moro se filiou ao Podemos no dia 10 de novembro de 2021, mais de um ano depois de deixar o governo Bolsonaro, em abril de 2020.

— É um caso típico de raciocínio de cálculo eleitoral. Ou seja, o Moro está agindo como um político profissional deve agir. Algo que, na verdade, talvez ele já seja há muito tempo. Ele avaliou as possibilidades postas e fez o cálculo dele, ou seja, onde seria mais vantajoso e qual cargo seria mais vantajoso ele tentar competir. E, sem dúvida alguma, eu acho que, inclusive, ele fez um movimento inteligente em termos de puxar voto para o novo partido dele na Câmara dos Deputados, algo bastante importante. Estamos vivendo questões de mudanças, de regras. Vamos experimentar a questão das federações partidárias, que é uma novidade no cenário político brasileiro. Então, tudo isso conta. Os partidos estão preocupados, se adaptando e tentando achar também uma maneira de sobreviver, por isso, um cara como o Sergio Moura tem peso de ouro para uma disputa para as eleições proporcionais — destacou o cientista político e sociólogo George Gomes Coutinho.