O velório do jornalista esportivo Péris Ribeiro teve início na manhã desta segunda-feira (21), no Cemitério do Caju, em Campos. O sepultamento está marcado para às 16h também no Caju. Sob forte comoção, amigos e familiares estiveram presentes para relembrar trajetória e se despedirem. O biógrafo do também campista Didi morreu aos 80 anos no Hospital Dr. Beda II, onde estava internado desde o último dia 12, tratando uma pneumonia e um quadro de água na pleura.
Péris Ribeiro
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Foto: Reprodução
Casado com Graça Jóia Mota, ele não teve filhos, mas deixa órfãs várias gerações da comunicação goitacá. A Associação de Imprensa Campista (AIC) emitiu uma nota de pesar sobre o falecimento de Péris.
"(...) Profissional de talento e dedicação ímpar, que deixa um legado inestimável para o jornalismo e para a memória do esporte campista e brasileiro. Autor da biografia de Didi, um dos maiores craques da história do futebol, Peris Ribeiro sempre se destacou por seu compromisso em preservar e contar, com sensibilidade e rigor histórico, as trajetórias que marcaram o nosso esporte. Seu trabalho não apenas resgatou momentos fundamentais do futebol brasileiro, mas também inspirou gerações de jornalistas e amantes do esporte. Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade aos familiares, amigos e colegas de profissão, certos de que sua contribuição jamais será esquecida", diz a nota.
Ezequias Mota é cunhado de Péris e o descreve como uma pessoa querida e rica de conhecimento.
“Ele era muito gente boa, uma pessoa muito querida, em todo meio que ele sempre esteve, seja social ou familiar. Ele deixa um leque muito grande de amigos. Eu sempre mexia com ele e falava para todo mundo que ele era o Google, porque tudo que a gente queria saber, seja de política, cultura, esporte principalmente, que era a área dele, enfim, de tudo de 1800 até hoje, a gente iria perguntar a ele e ele sabia. Ele sempre com ensinamentos maravilhosos e muita experiência de vida. Eu disse para a afilhada dele de coração que ela nunca vai encontrar outra pessoa como ele, porque ele tinha muitos ensinamentos. Ele deixou esse legado de informações e quem conviveu com ele aprendeu muito. Eu mesmo, apesar de não ter tanta diferença de idade para ele, aprendi muito no convívio", declara.
O ex-jogador de futebol profissional e jornalista Maguinho, o Magno Prisco, é amigo de longa data de Péris e comenta sobre o legado que ele deixará.
“Péris será eterno para nós e para a história de Campos. Ele era muito querido pela cidade. O mundo acadêmico e o mundo da comunicação estão em luto. O que atenua o nosso sofrimento é saber o legado que ele deixa como jornalista e escritor de várias obras, entre elas, a biografia “Didi, gênio da folha seca”, a maior expressão do esporte de Campos de todos os tempos, eternizado por ele. Após o dia de hoje, iremos lembrar dele sempre com alegria, felicidade, e também pela elegância, tanto como pessoa, como em suas matérias e obras. Escrevia como poucos e tinha muito talento. Temos que guardar no coração e cultuar sempre para exibir para as gerações que estão vindo, porque perdemos ele em sua presença física, mas todo o seu material será eternizado”, relata.
Em nota, a Associação de Amigos de Ao Livro Verde (ASALVE) e o Instituto Histórico e Geográfico de Campos dos Goytacazes (IHGCG), através do jornalista Aldefran Lacerda, lamentaram a morte de Péris Ribeiro.
“Mais um ícone genial do jornalismo de Campos dos Goytacazes despede-se de nossas páginas terrenas impressas para ingressar na história do livro da vida, elevando-se à eternidade com a sua alma imortal. José Péris Pinto Ribeiro, o inesquecível "Perinho", de uma vasta legião de amigos e admiradores, é autor de textos memoráveis na literatura regional e nacional, com cinco obras impressas publicadas, pérolas que coroam a paixão nacional pelo futebol, do qual, dotado de impressionante memória e vivência, foi um dos maiores, melhores e mais ardorosos conhecedores no Brasil”, disse.
A nota ainda reforçou a passagem de Péris por veículos de comunicação de Campos, Rio de Janeiro e São Paulo. A publicação também destacou a forma como o jornalista tratava os amigos e colegas de profissão.
“Jornalista de reconhecido admirável, refinado talento e retumbante sucesso, deixou impressa a sua marca em vários jornais de Campos dos Goytacazes, do Rio de Janeiro e de São Paulo, além da "bíblica" Revista Placar, integrando a sua equipe de bambas por muitos anos, com seu inigualável texto apurado, lapidado e criativo, verdadeiras e inumeráveis aulas escritas do bom e maravilhoso jornalismo futebolístico. Marcou e ajudou a formar várias gerações de jornalistas com o seu apreciável e reconhecido talento, além da afetuosidade, carinho, elegância com amigos, suavidade no falar, na doçura às vezes quase infantil, além do refulgente brilhantismo pessoal e profissional, também com uma boas pitadas e goles de boemia...”, finalizou.