Morre, aos 81 anos, fotógrafo Sebastião Salgado
23/05/2025 12:46 - Atualizado em 23/05/2025 17:44
Sebastião Salgado
Sebastião Salgado / Foto: Joel Saget/AFP/Arquivo
Sebastião Salgado, considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, morreu aos 81 anos. A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada pelo fotógrafo.

"Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade. Sua lente revelou o mundo e suas contradições; sua vida, o poder da ação transformadora", diz o texto.
Considerado um dos fotógrafos mais importantes do mundo, Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu na cidade de Aimorés, Minas Gerais, em 1944. O mineiro foi mestre na arte de retratar a alma humana e do planeta em preto e branco. Suas lentes captaram momentos históricos e gente simples, as maiores belezas da natureza e sua degradação.
Ele percorreu mais de 120 países, tendo projetos marcados na história da fotografia mundial, como “Trabalhadores”, “Gênesis” e “Êxodos”.

Salgado era formado em economia, mas descobriu sua verdadeira paixão - a fotografia - em 1973. Desde então, nunca mais deixou esse mundo. Em 1998, ao lado da esposa Leila, fundou o Instituto Terra, em sua luta pelo reflorestamento da Mata Atlântica brasileira e do planeta em geral. "A fotografia é o espelho da sociedade", declarou ao ser premiado em Londres por sua carreira, resumindo o objetivo que buscou com meio século de trabalho, concentrado nos últimos anos na proteção da natureza.
Fotógrafos que atuam em Campos e região há décadas lamentam a perda de Sebastião Salgado
Dib Hauaji, pioneiro na fotografia campista: “Ele foi o maior do Brasil. Salgado foi um desbravador”.
"Ele era o único e vai continuar sendo. Ele tinha um trabalho monumental, mostrando o Brasil em preto e branco. Eu, com 58 anos, posso fazer mil homenagens, mas serão. Eu tive o prazer de conhecer o Salgado quando ele esteve aqui em Campos há mais ou menos cinco anos. E foi muito humilde. Ele fez o que ninguém fez e não vai fazer nunca mais. Ele foi o maior do Brasil. Salgado foi um desbravador, porque além de bom fotógrafo, ele conseguiu passar a dor para a fotografia em preto e branco. Eu estou muito triste com essa perda". 

Wellington Cordeiro, fotógrafo e jornalista: “Meus olhos estão de luto”.
“Quando aos 16 anos fiz meu primeiro curso de fotografia, no SENEC de Campos, conheci seu trabalho e certamente foi o que me impulsionou para a arte fotográfica. Em 2004, lancei o livro Impressões, composto de fotografias em preto e branco, seguindo a preferência do mestre Salgado. Seus livros são verdadeiras obras de arte e tenho orgulho de tê-los enriquecendo minha biblioteca particular. Meus olhos hoje estão em luto”. O fotógrafo ainda ressaltou que durante a faculdade de jornalismo realizou um trabalho sobre Sebastião Salgado chamado "Bresson e Salgado: realismo fotográfico sem fronteiras".

Rodrigo Silveira, fotógrafo editor de fotografia da Folha da Manhã:
“Ele foi um ícone da fotografia em preto e branco, algo praticamente incomparável no mundo. Uma das fotos mais marcantes para mim, das que vi, foram os retratos das pessoas na Serra Pelada, que encontrei na internet. Ele foi um dos grandes nomes da fotografia em preto e branco no mundo e, com certeza, muitos trabalhos nesse estilo não existiriam sem ele".
Ricardo Avelino, fotógrafo:
“Esta é a vida em preto e branco, nascer e morrer. Para mim, ele foi o maior fotógrafo do Brasil. Eu, profissionalmente, não me orientava muito por ele, mas seu trabalho foi muito importante para mostrar a realidade dos deslocamentos humanos. Tem até um livro, "Êxodos" , que foi um dos mais expostos pelo mundo e tem o trabalho exemplar do reflorestamento que fez. Uma grande história!”.

Com informações do G1

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