Bebês com anticorpos chamaram atenção
Dora Paula Paes - Atualizado em 28/11/2021 13:00
  • Primeira bebê testada em Campos com anticorpos

    Primeira bebê testada em Campos com anticorpos

Duas histórias chamaram atenção em Campos, ainda no primeiro semestre de 2021, no auge da terceira onda da pandemia. Dois bebês nasceram com anticorpos para a Covid-19, na maternidade da Beneficência Portuguesa. Manuela, nasceu em maio, e se transformou em celebridade após o resultado do exame confirmado pelo laboratório Hermes Pardini, de Minas Gerais. Em junho, Alisson apresentou a mesma condição para a alegria da mãe Fabrícia e mais uma surpresa para os profissionais de saúde da maternidade.
Moradora do Novo Jóquei, filha de pedreiro e doceira, Manuela nasceu no dia 29 de maio. Sua mãe, Marcilene Souza, 42 anos, no primeiro trimestre de gestação testou positivo para a Covid e Chikungunya. Segundo ela, foram dias difíceis onde só o que fazia era chorar. Durante a gestão ela não se vacinou, ainda havia muitas dúvidas sobre o imunizante para grávidas.
Ao relatar que havia passado pela Covid, a iniciativa de fazer o teste partiu da pediatra da unidade médica. A maternidade passou a testar os bebês que nasceram após relatos das mães de terem contraído a Covid-19.
A mãe Alisson, Fabrícia de Almeida Ferreira, de 31 anos, é de Santa Maria Madalena, mas os pais dela moram em Campos, na Codin. Ela contou que foi infectada pelo vírus no sexto mês de gestação.
Com dos dois casos, a Beneficência, mesmo sem exigência, instituiu o exame como regular para mães que tenham sido infectadas pelo vírus; uma forma de contribuir com a ciência que pouco sabe ainda sobre a doença.
Na ocasião, a mãe do menino chegou a falar com a imprensa: “Estou feliz. Quando eu tive Covid, fiquei muito preocupada em acontecer alguma coisa com o meu bebê. Mas, ele nasceu bem. E com esse resultado só espero que ele continue imune”.
O pediatra Márcio Geovani era um membro da equipe que olhou o bebê na visita à maternidade. Segundo ele, são muitas perguntas sem resposta. Uma delas é: “quanto tempo vai durar essa imunidade?”, indagou. Ele também lembrou que os dois casos em Campos eram novidades.
O coordenador da maternidade da Sociedade de Beneficência de Campos, Denisley Henrique de Jesus, explica que a equipe investigou a situação das crianças e todos foram surpreendidos pelos resultados dos exames. “Não tivemos mais nenhum caso de criança com anticorpo na maternidade após os dois nascimentos relatados”, informa e ressalta que os casos foram comunicados à Secretaria Municipal de Saúde.
Bem distante de Campos, o Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a Secretaria de Saúde de Minas Gerais, iniciou pesquisa neste campo, com bebês que nasceram com anticorpos como Manuela e Alisson.

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