Marcelo Serrado condena ações machistas
16/02/2019 14:39 - Atualizado em 20/02/2019 18:05
Divulgação
O ator Marcelo Serrado tem se revelado a personificação do homem abominável em “O sétimo guardião”. Como Nicolau, ele destila truculência, preconceito e machismo, chegando ao ápice com a agressão à mulher, Afrodite (Carolina Dieckmann). O ator conta que “sabia que a coisa ia para esse lado, mas não imaginava que chegaria a tanto”. Para ele, o personagem serve como “uma crítica à nossa sociedade”.
— Agressão à mulher não tem o menor sentido. Mas Nicolau acha normal, faz parte da educação que ele teve, do padrão de relação que acredita ser o certo. Com esse personagem, posso mostrar esses maridos que oprimem e batem em suas mulheres e deixar vir à tona esse lado tão mesquinho — analisa Serrado, de 52 anos.
As atitudes do chapeiro deixam claro o quanto ele desdenha o movimento feminista. O ator, inclusive, lembra que falas de Nicolau já explicitaram a raiva dele à luta das mulheres por seus direitos.
— Esse cara odeia tudo ligado ao feminismo, que já disse ser “chato pra caramba”. Outro dia, ele falou: “Esse negócio de ‘ninguém larga a mão de ninguém’... ah, vai pra lá”. Nicolau despreza tudo que a gente vê hoje em dia e que é bacana.
É uma coincidência triste que o auge das ações violentas do machão na trama acontece justamente num momento em que o feminicídio tem crescido de forma galopante no Brasil. Diante desse quadro preocupante, Serrado é categórico:
— É um absurdo o que vem acontecendo. Há de se dar um basta nisso. Nicolau mostra, através de suas atitudes, que ele é capaz até de matar Afrodite. É uma questão muito séria, e a dramaturgia pode ajudar expondo de uma forma contundente.
Ao menos em relação à ficção, as pessoas reagem de modo bastante forte.
— A internet vai à loucura. “Nicolau tem que apanhar”, “Ele tem que sofrer. Sai de casa, Afrodite”. Coloquei um trecho da cena da agressão no Instagram e choveram comentários. Elogiando a atuação, mas criticando o comportamento — conta o intérprete.
Seguro de si no lema “manda quem pode, obedece quem tem juízo’’, Nicolau, agora, vai pastar um pouco com a separação de Afrodite.
— Ele vai sofrer, tem que sofrer. Acho que pode tentar reconquistar a mulher, mas antes tem que ficar mal com a ausência dela — torce Serrado.
A brutalidade e o preconceito de Nicolau se estendem aos filhos Diana (Laryssa Ayres) e Bebeto (Eduardo Speroni): ele odeia que a menina faça caratê e que o rapaz dance. Uma realidade distante da de Serrado, pai de Catarina, 14 anos (de sua união com a atriz Rafaella Mandelli) e Guilherme e Felipe, de seu atual casamento.
— A gente cria filho para o mundo, prepara para a sociedade. Tento educá-los da melhor maneira, respeitando as pessoas, a natureza, tentando fazer bons cidadãos. Dar liberdade, mas não deixá-los mandar em você — afirmou. (A.N.)

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