Açu planeja heliporto e tanque de petróleo
Arnaldo Neto 19/12/2018 21:44 - Atualizado em 21/12/2018 15:42
O Porto do Açu, em São João da Barra, apresentou números de um ano de crescimento econômico, apesar da propagada crise nacional. Os dados foram expostos pelo presidente da Porto do Açu Operações, o engenheiro Carlos Tadeu Fraga, em um encontro com a imprensa ontem, em Campos. Para os próximos anos, o principal empreendimento da região prevê a ampliação do uso da área desapropriada no 5º distrito sanjoanense com novas empresas, pretende começar e concluir a obra de um heliporto e já planeja construir um terminal para estocar petróleo. Lançado em 2007 e com operações iniciadas em 2014, o Porto aponta como principal marca de 2018 o início da construção da primeira termelétrica da Gás Natural Açu (GNA) e autorização para a segunda. Será o maior complexo termelétrico a gás da América Latina.
Alvo de constantes críticas, e até de protestos, o aproveitamento da mão de obra local é algo que o presidente da Porto do Açu assegura ser uma realidade, com cerca de 70% dos empregos para moradores de Campos e SJB. A empresa destaca, ainda, projetos para capacitação da população e dos próprios trabalhadores de fases inicias de projetos.
Para 2019, o planejamento é construir um heliporto no terminal portuário que se tornará uma das bases de embarque de trabalhadores para as plataformas de produção de petróleo em alto mar na costa fluminense. Segundo Fraga, as obras começam no início do próximo ano. O grupo Aeropart, que administra o aeroporto de Cabo Frio, será parceiro do Açu. O novo terminal terá capacidade de abrigar até 20 helicópteros de grande porte.
Outro projeto que começará a sair do campo das ideias para realidade é o de construção de um terminal de tancagem de petróleo. Atualmente, existe o terminal de transbordo, que atende a duas empresas: Shell e a Galp. Mas a expectativa é de que novas empresas firmem contratos com o Açu.
— Tem muito contato! A produção está crescendo, tem um número maior de empresas produzindo petróleo. Essas empresas não podem usar o terminal da Petrobras. Nosso terminal é novo, é pouco conhecido, mas quem está operando para Shell e para Galp, que é uma empresa de Portugal, já começa a demonstrar capacidade. Essa concepção existia desde a origem, mas está chegando agora o momento de fazer o investimento na tancagem. Estamos com um projeto em desenvolvimento interno e espero começar a construir rapidamente. A licença a gente já tem — afirmou Fraga.
Só neste ano, o Porto do Açu recebeu mais de 2.700 navios. No terminal multicargas, a movimentação foi de mais de 750 mil toneladas. Já pelo terminal de petróleo, neste ano, passaram mais de 37 milhões de barris em operações de transbordo. Só o terminal de minério que não teve de crescimento, já que paralisou as atividades após o rompimento do duto da Anglo American, que liga Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, ao terminal sanjoanense. Desde o início da construção, o Porto teve investimento de R$ 13,7 bilhões.
Expansão do uso das áreas desapropriadas
A desapropriação para construção do Porto do Açu e do distrito industrial causou grande impacto. Até hoje, parte da terra ainda não é utilizada. Mas a expectativa é que o crescimento do uso ocorra nos próximos anos.
— A ocupação dessa área toda não vai acontecer de uma hora para outra. O ano foi de crise e a gente cresceu. Estamos trabalhando noite e dia para atrair mais empresas. Mais do que atrair, nós estamos motivando as empresas que estão lá a se expandir — disse Fraga.
Gerente de Relações Institucionais, Imprensa e Responsabilidade Social na Porto do Açu Operações, Caio Cunha destaca que o Rio de Janeiro tem 11 distritos industriais, sendo o de SJB o mais novo. “E se você olhar a curva de ocupação entre os distritos do estado, você vai ver que o que está crescendo mais rápido é o de São João da Barra”, afirmou.
Caio ainda falou sobre o processo de desapropriação e a Vila da Terra, local para onde algumas famílias foram levadas após a desapropriação. Eles receberam casas mobilhadas e terreno preparado para plantio: “Hoje em dia eles produzem de tudo e agregaram valor ao seu produto. Já estão até fornecendo para merenda escolar em Campos e SJB”.

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