General quer prender ministros
18/10/2018 10:34 - Atualizado em 19/10/2018 16:56
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O general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado federal eleito pelo PSL no Rio Grande do Norte, defendeu o impeachment e prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que libertem políticos acusados de corrupção, como os ex-governadores do Paraná e Goiás, Beto Richa (PSDB) e Marconi Perillo (PSDB), respectivamente, e o ex-ministro José Dirceu (PT). Esta seria uma medida, segundo ele, de um “plano de moralização das instituições da República”.
Girão é um dos dois generais eleitos pelo PSL do presidenciável Jair Bolsonaro para a Câmara Federal. Ele obteve 86 mil votos e, nas redes sociais, escreveu que “não há negociação com quem se vendeu para o mecanismo”, em referência à série da Netflix sobre a Lava Jato. Questionado pelo jornal Estado de S. Paulo, o militar confirmou as declarações e afirmou que “o Senado tem de cumprir seu papel”. O impeachment de ministros do Supremo deve ser votado pelo Senado e aprovado por dois terços da Casa. Ele é possível em caso de crime de responsabilidade, como proferir julgamento quando suspeito na causa ou exercer atividade político-partidária.
O deputado eleito citou ainda os casos dos ex-governadores tucanos soltos recentemente por decisão do ministro Gilmar Mendes (STF). “Aí o cara é solto pelo ministro do Supremo. E você sabe que não manda soltar por acaso”, disse. Ele defendeu ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Lava Jato, seja retirado de sua cela na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, e enviado para um presídio comum.
Também defendeu classificar as invasões de terras e propriedades urbanas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra como crime de “terrorismo”. “O (João Pedro) Stédile (líder do MST) foi recebido por Lula no Planalto e advogou a desobediência civil. Se eu estivesse lá, dava voz de prisão para esse cara.” O general disse que o País precisa voltar a ser uma “democracia plena, com a independência dos poderes para que as leis sejam cumpridas”. Para ele, a moralização deve “começar pelo Congresso”.

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