Justiça e povo cegos a Garotinho
Suzy Monteiro 14/09/2018 23:23 - Atualizado em 17/09/2018 15:39
A ex-governadora e ex-prefeita de Campos, Rosinha Garotinho (Pros), desabafou, ontem, em rede social sobre a situação jurídica e política do marido, o ex-governador Anthony Garotinho (PRP). Ela afirmou que a Justiça e o povo deveriam agradecer a Garotinho pelas denúncias que fez nos últimos anos, mas disse que “parece que preferem a cegueira”. Candidato ao Governo do Estado, Garotinho, de acordo com a última pesquisa Ibope, está estacionado em terceiro lugar, com 12% das intenções de votos. Além disso, ele foi condenado duas vezes por colegiado, nos últimos dois meses, teve o registro indeferido e ainda corre o risco de ser preso, depois que o Tribunal Regional Federal da Segunda Região (TRF 2) julgar os Embargos de Declaração no caso Segurança Pública S/A.
Na postagem, Rosinha diz que há vitórias na vida que ninguém pode tirar. E fala que “Garotinho governou o Estado, mesmo sem mandato. O maior benefício que ele fez foi denunciar uma quadrilha corrupta do colarinho branco, conhecida como a ‘Gang dos Guardanapos’”.
Acrescenta a ex-governadora: “A Justiça e o povo deveriam agradecer a quem teve a ousadia e a coragem de enfrentar todo esse poderio, onde bilhões de dólares estão envolvidos com pessoas grandes e de grande poder. Mas, parece que preferem a cegueira e tentam imputar a quem denunciou e desmoronou quase toda a quadrilha, crimes que não cometeu. Quem tem bom senso pode perceber a grande perseguição. Estamos machucados e arranhados, mas vamos a luta!! Clamo aos valentes que marchem!”, disse.
O grupo dos Garotinho chegou com grande expectativa para esta campanha eleitoral: havia adiado um problema jurídico importante, que era a possibilidade de o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) julgar a condenação de Garotinho na Chequinho. Caso a Corte Regional mantivesse a condenação, ele ficaria fora da disputa e ainda seria preso. Uma liminar do ministro Ricardo Lewandowski, porém, suspendeu a tramitação desta Ação.
Além disso, Garotinho praticamente se autointitula um braço da Lava Jato no Rio, por ter feito denúncias, no decorrer dos anos, contra o grupo do ex-governador Sérgio Cabral, hoje condenado a mais de 170 anos de prisão.
Porém, outras duas condenações foram confirmadas pelo Tribunal de Justiça (TJ) e pelo TRF2. Com base na decisão do TJ, que incluiu Garotinho no cadastro de condenados por improbidade, a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) pediu o indeferimento do registro de candidatura, o que foi acatado pelo TRE. Garotinho continua concorrendo, mas sub judice.

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