Um mês sem esclarecimentos
Matheus Berriel 26/09/2018 18:47 - Atualizado em 01/10/2018 18:53
Completa-se nesta quinta-feira o primeiro mês da morte do jovem Layron da Silva Costa, de 24 anos, atingido por um tiro na cabeça durante ação policial na madrugada de 27 de agosto, na praça do Repolhinho, em Atafona, distrito de São João da Barra. Apesar da grande repercussão do caso, devido ao fato de o jovem não possuir antecedentes criminais, familiares e amigos ainda não tiveram respostas a respeito do que de fato aconteceu. O Ministério Público aguarda o encerramento do inquérito policial para tomar providências.
De acordo com a promotora Ludimila Bissonho Rodrigues, titular da 2ª Promotoria de Justiça de São João da Barra, ainda existem diligências em andamento para o desfecho do caso, que está sendo investigado pela 145ª Delegacia Policial (DP). “Assim que o trabalho da Polícia Civil for concluído, o Ministério Público receberá os autos do inquérito policial para apreciação e adoção das providências cabíveis conforme o resultado das investigações. Trata-se de investigação que demanda certo tempo para ser concluída, diante da complexidade”, explicou.
A reportagem não conseguiu entrevistar o delegado responsável pelo caso, Carlos Augusto Guimarães. Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Polícia Civil apenas lembrou que “foi instaurado inquérito policial para apurar as circunstâncias da morte de Layron”. Segundo a nota, as investigações seguem em sigilo.
Órgão da Corregedoria Interna da Polícia Militar, a 6ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) realiza apuração simultânea em relação à atuação dos policiais envolvidos. Contatado por telefone e também via assessoria de imprensa, o órgão não divulgou detalhes da apuração interna.
Caso - Layron morreu no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos, para onde foi encaminhado após ter sido levado pelo Corpo de Bombeiros à Santa Casa de São João da Barra. Segundo depoimentos de dois policiais envolvidos, um agente em serviço no DPO sanjoanense os informou que um foragido do sistema prisional estava em atitude suspeita, acompanhado por outros três homens, em duas motos. O suspeito citado seria o suposto chefe do tráfico local, que já teria praticado roubos de ônibus, comércio e residências. O criminoso estaria na garupa da moto pilotada por Layron. Ainda segundo a versão dos militares, o suposto chefe do tráfico atirou contra a guarnição, que revidou os tiros e um deles atingiu Layron, que caiu da motocicleta.
Em depoimento posterior, o jovem que se apresentou como quem estaria na carona de Layron negou a versão. Ele relatou que havia participado de um churrasco no Balneário de Atafona e deixou o lugar com Layron e outros dois amigos, em duas motos, uma delas pilotadas pelo jovem morto. Segundo o depoente, que também não possui antecedentes criminais, ninguém estava armado e nenhum dos quatro é o traficante conhecido como “Pica-Pau”.

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