"Palavra (En)cantada" no Cineclube Goitacá
25/09/2018 18:54 - Atualizado em 28/09/2018 17:43
Divulgação
O Cineclube Goitacá terá, nesta quarta-feira (26), em sua tela, um documentário sobre a canção brasileira e sua estreita relação com a poesia e com as artes escritas em geral. “Palavra (En)cantada” (2009), da diretora Helena Solberg será exibido a partir das 19h, tendo apresentação do professor e pesquisador Marcelo Sampaio. A sessão acontecerá na sala 507 do edifício Medical Center, localizado no cruzamento da rua Conselheiro Otaviano com a rua Treze de Maio, no Centro. A entrada é gratuita.
O filme aborda a canção brasileira, sendo narrado com a ajuda de depoimentos e pensamentos de grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB). Na obra, há rap, poesia, samba, bossa nova e todas as vertentes que compõem o cânone da MPB. Marcelo Sampaio destacou que escolheu o documentário de Helena Solberg justamente por abordar a relação entre MPB e poesia.
— Como estou me especializando em Cultura Popular, voltada para a Música Popular Brasileira, resolvi apresentar este filme, que é muito pertinente. Ele mostra a qualidade literária na MPB, que é impressionante. Inclusive, defendo a ideia de que só no Brasil a musica popular tem a qualidade da melhor literatura do país. Na música popular dos Estados Unidos, por exemplo, as letras ficam longe, nessa questão, do melhor da literatura estadunidense. Já as letras da Música Popular Brasileira não deixam nada a desejar em relação aos grandes nomes da literatura do país — disse.
As participações também foram ressaltadas por Marcelo Sampaio.
— São vários nomes participando do documentário. Temos Adriana Calcanhotto, Chico Buarque, Maria Bethânia, Arnaldo Antunes, Jorge Mautner, Martinho da Vila, Paulo César Pinheiro, Antonio Cicero, Ismael Silva, Zélia Duncan, José Miguel Wisnik, Dorival Caymmi e vários outros. E há, ainda, grandes nomes de outras áreas, como (o teatrólogo) José Celso Martinez Corrêa, e relatos importantíssimos, como Tom Zé dizendo que antes a gente ouvia música pelos ouvidos, mas que hoje escuta a música entrando pela bunda, já que recebemos música por todas as partes do corpo, e Lenine relatando que temos oito vogais e não cinco, aumentando as possibilidades de composição — comentou ele, lembrando que explicará sobre os relatos na sessão de hoje.
O apresentador da noite contou que falará sobre curiosidades ligadas ao filme, como um prêmio recebido antes mesmo do lançamento.
— Este documentário foi lançado em 2009. Porém, em 2008 recebeu o prêmio de Melhor Direção de Longa Documentário no Festival do Rio de Janeiro.
Sampaio também elogiou o roteiro, assinado por Helena Solberg, Márcio Debellian e Diana Vasconcellos.
— O filme todo é muito criativo. Falar sobre este tema sem tornar a obra uma coisa repetitiva é algo complicado. E os roteiristas trabalharam para que a obra se desenvolvesse muito bem do começo ao fim — falou ele, que também teceu bons comentários sobre a direção. — Helena fez um ótimo trabalho. É um documentário de muita qualidade, assim como “Carmen Miranda: Bananas Is My Business”, também dela e do qual gosto muito. (J.H.R.)

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