Caso Marielle: Três meses de investigações
14/06/2018 09:02 - Atualizado em 14/06/2018 18:34
Marielle Franco
Marielle Franco / Divulgação
A Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro apura a ligação do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Domingos Brazão e a testemunha-chave da investigação sobre os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco (Psol) e o motorista Anderson Gomes, que completam três meses nesta quinta-feira (14). Brazão chegou a ser preso por dez dias após a deflagração da operação Quinto do Ouro, com base na delação do ex-presidente do TCE Jonas Lopes de Carvalho, que revelou um esquema de corrupção na Corte. Nessa quarta-feira (13), policiais civis da DH intimaram o ex-deputado estadual para prestar depoimento.
A principal testemunha no quebra cabeças dos policiais afirmou ter visto o chefe de uma milícia da Zona Oeste, Orlando Araújo, e o vereador Marcelo Siciliano (PHS) tramando a morte da parlamentar. Brazão disse que está à disposição dos agentes, porém, reclamou da exposição que foi dada. “Não pode pegar um só porque está fazendo três meses do Caso Marielle. Vamos pegar o Brazão porque dá uma mídia. Não é isso que a família da Marielle merece, nem meus filhos merecem. Tem que ter o mínimo de responsabilidade. A polícia sabe da prerrogativa que tenho como conselheiro de ter hora e local definidos por mim para prestar esclarecimentos”.
O procurador-geral do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, se reuniu nessa quarta-feira com familiares de Marielle e representantes da Anistia Internacional. O encontro teve como objetivo cobrar respostas do Ministério Público do Rio sobre as investigações. Durante a reunião, Gussem reafirmou que já foi criado um grupo específico para acompanhar os trabalhos da polícia, e disse acreditar que o crime foi político e premeditado. “Foi um crime executado de uma forma bem planejada, muito pensada, muito premeditada. O crime é extremamente grave porque atenta contra os direitos humanos. Sabemos que, sem dúvida alguma, foi um crime político para calar uma das maiores, se não a maior, representante de direitos humanos hoje em dia do nosso país”.
Também nessa quarta-feira, o general interventor da Segurança do Rio, Walter Braga Netto, afirmou, em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro, que as investigações estão na fase de “busca de provas”. “O caso da Marielle é um caso complicado, que está sendo muito bem investigado. A investigação está indo bem. Tivemos um prejuízo com um vazamento. Isso prejudica o caso, mas não impede de chegar à solução. Todo mundo que estava no entorno passou a tomar precaução. Isso nos prejudica na confecção de provas. O que estamos buscando no caso são as provas”, finalizou. (A.N.) (A.S.)

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