Caminhoneiros fazem protesto na BR 101 após convocação nacional
21/05/2018 09:08 - Atualizado em 22/05/2018 14:35
Protesto de caminhoneiros em Campos
Protesto de caminhoneiros em Campos / Paulo Pinheiro
Caminhoneiros de vários estados brasileiros protestaram, nesta segunda-feira (21), contra o aumento do diesel. Nesta manhã, o governo anunciou mais uma alta do valor nas refinarias, de 0,97%, a partir desta terça (22). Na semana passada, foram cinco reajustes diários seguidos. A escalada nos preços acontece em meio à disparada nos valores internacionais do petróleo. Em Campos, cerca de 250 caminhoneiros aderiram à paralisação, que acontece em todo o país, após convocação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam). Em Campos, o movimento, iniciado às 17h desse domingo (20), se concentrou no km 75 da BR 101 (Campos-Rio). Pela manhã, com os caminhões estacionados no acostamento ou parados em postos de combustíveis próximos, o ato causou congestionamento de 3 km. Até as 20h33 desta segunda, segundo a concessionária Autopista Fluminense, a manifestação seguia pacífica pela rodovia e o tráfego já havia sido normalizado.
De acordo com os caminhoneiros, a população apoia o movimento. "Roubam a Petrobras, e nós é que pagamos a conta? Estamos na luta para reduzir o valor do óleo, mas a briga é pelo Brasil todo, porque, da comida ao sapato, tudo que chega à casa da população é levado pelos caminhoneiros. Já recebemos aplausos de motoristas de carros de passeio, doação de água e quentinhas e não vamos parar até o governo apresentar uma proposta que melhore nossa situação", falou Márcio Machado, que, há mais de 20 anos, faz frete de tijolos, abacaxi, telhas e outros produtos pela BR 101, entre Rio e São Paulo.
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Os trabalhadores também pedem isenção dos tributos para que os preços dos fretes sejam reduzidos. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanha o ato desde o início e informou que, por enquanto, não houve nenhum registro de violência. Não há previsão para que a situação seja normalizada no trecho ocupado da pista.
A Petrobras diz que as revisões podem ou não refletir para o consumidor final — isso depende dos postos. Segundo a Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), o preço médio do diesel nas bombas já acumula alta de 8% no ano. O valor está acima da inflação acumulada no ano, de 0,92%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Atos pelo país - Segundo balanço da Associação Brasileira de Caminhoneiros (ABCam), houve participação em 17 unidades da federação. Foram realizadas manifestações diversas, desde pontos de concentração de motoristas à interdição de rodovias. Já levantamento a Polícia Rodoviária Federal apontou mobilização maior, em 21 estados.
A ABCam não informou número de profissionais que se juntaram ao movimento. A entidade reivindica a isenção de PIS, Cofins e Cide sobre o óleo diesel utilizado por transportadores autônomos. A associação também propõe medidas de subsídio à aquisição de óleo diesel, que poderia ser dar por meio de um sistema ou pela criação de um Fundo de Amparo ao Transportador Autônomo.
Reunião discute medidas - Diante da paralisação dos caminhoneiros, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha, disse nesta segunda (21) que o governo estuda uma forma de tornar os preços dos combustíveis mais “previsíveis”. Ele esteve em reunião, convocada em caráter de emergência, no Palácio do Planalto, junto ao presidente Michel Temer, os ministros Moreira Franco, de Minas e Energia; Eduardo Guardia, da Fazenda; e Esteves Colnago, do Planejamento; e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Padilha disse que o governo está preocupado com o aumento constante do preço dos combustíveis, mas ressaltou que ainda não há uma definição do que será feito. “O que vamos tentar é ver se encontramos um ponto em que possa ter um pouco mais de controle nesse processo para que os maiores interessados, o cidadão brasileiro e os transportadores, possam ter previsibilidade em relação ao que vai acontecer”, explicou o ministro.
O ministro lembrou que o Brasil adota uma política internacional de preços que acompanha as variações do dólar e do petróleo para definir o valor do combustível.
“Vamos analisar, ver o que é possível fazer. Nós temos uma política internacional de preços que a Petrobras acompanha diariamente. Com o dólar subindo e o petróleo subindo internacionalmente, por certo tínhamos que ter um aumento dos combustíveis. O que vamos tentar é ver se encontramos um ponto em que possa ter um pouco mais de controle nesse processo”, acrescentou Padilha. (J.L.) (V.N.) (A.N.)
Fotos: Paulo Pinheiro
Vídeo: Verônica Nascimento

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