Pudim depõe na Caixa d'Água nesta quarta-feira
Aldir Sales 28/02/2018 10:32 - Atualizado em 28/02/2018 17:02
Geraldo Pudim
Geraldo Pudim / Divulgação
Está marcado para esta quarta-feira (28), no Rio de Janeiro, o depoimento por carta precatória do deputado estadual Geraldo Pudim (PMDB) como testemunha na ação penal da operação Caixa d’Água, que apura um suposto esquema de caixa dois com empresários locais na Prefeitura de Campos durante a gestão Rosinha Garotinho. Além da ex-prefeita, o marido dela, o ex-governador Anthony Garotinho chegou a ser preso durante as investigações no final do ano passado, mas, assim como todos os demais réus, foram beneficiados por habeas corpus do então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, e respondem em liberdade. Além do depoimento do ex-aliado do casal Garotinho, quem também foi interrogado no processo foi o ex-executivo da JBS Ricardo Saud, apontado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) como elo entre a multinacional do ramo dos alimentos e repasse de R$ 3 milhões de dinheiro ilegal para a campanha do político da Lapa a governador em 2014.
Principal testemunha do processo, o empresário André Luiz Rodrigues, o Deca, relatou em sua delação premiada e no depoimento à Justiça Eleitoral que participou de uma reunião com outros empresários no Rio de Janeiro, onde também estaria presente Pudim. Neste encontro, segundo Deca, o ex-governador pediu R$ 1 milhão de cada empreiteiro para ajudar em sua campanha em 2014.
Após a reunião no Rio, Deca conta que conversou com o empresário Ney Flores, co-réu do processo e um dos presentes na reunião. Segundo André, Ney teria falado sobre a possibilidade de um contrato de R$ 3 milhões com outra empresa do delator, a Ocean Link, com a JBS. Inicialmente, Rodrigues afirma que pensou que o serviço seria prestado e que R$ 1 milhão do seu lucro seria para pagar a “dívida” com Garotinho.
O nome do político da Lapa apareceu escrito a mão em uma nota fiscal emitida em Campos pela JBS com o valor de R$ 3 milhões de supostos serviços da Ocean Link à multinacional dos alimentos. Porém, segundo André Luiz, era apenas uma forma de “lavar o dinheiro”.
Um dos responsáveis pela delação que gerou dois inquéritos contra o presidente Michel Temer, Ricardo Saud foi convocado para explicar o dinheiro que ele teria repassado a Garotinho, segundo as investigações. Porém, o teor do depoimento não foi divulgado.

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