Perícia revela que motorista usou rebite
04/07/2017 21:55 - Atualizado em 04/07/2017 21:55
A perícia divulgou o laudo do exame toxicológico do motorista da carreta que colidiu com um ônibus da Águia Branca, no dia 22 de junho, no km 343 da BR 101, em Guarapari, no Espírito Santo. Além de irregularidades apontadas no veículo, exames comprovaram que o motorista do caminhão, que morreu na hora, teria ingerido cocaína e anfetamina, horas antes da colisão. O acidente matou 23 pessoas e deixou outras 20 feridas e é considerado o maior da história em rodovias capixabas.
Em entrevista concedida ao G1, o perito toxicológico Rafael Barcellos Bazarella disse que o motorista não estava sob efeito de cocaína no momento do acidente. Ele teria ingerido a droga cerca de 12 horas antes, mas a afetamina, popularmente conhecida como rebite, foi usada pouco antes da tragédia. “O grande risco dessa anfetamina é que ela tira o reflexo do motorista e, apesar de tirar o sono por um tempo, depois que o efeito passa, ele volta a ter uma sonolência intensa, podendo até dormir no volante”, explicou.
O perito Marcus Bhering Bragança disse ao G1 que havia carga em excesso, freios e pneus em más condições, além de outros problemas.
— Ainda não há como dizer que estava em alta velocidade porque o disco do tacógrafo foi retirado pela PRF antes da chegada da perícia. Mas já sabemos que o aparelho não estava registrado e não tinha selos necessários ou para burlar a fiscalização ou por falta de manutenção — disse.
Um dos donos da transportadora responsável chegou a ser preso em flagrante no dia seguinte ao acidente, mas foi liberado. Segundo o delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito, Alberto roque Peres, o proprietário da carga de pedra também está prestes a ser localizado. Ele também poderá responder civil e administrativamente pelo acidente, além de criminalmente. Para ele, há “negligência foi muito forte, de total desprezo à vida humana”.

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