Rodoviários da empresa São Salvador realizaram, na manhã desta quarta-feira (1), mais uma paralisação em protesto contra o atraso no pagamento de salários. De acordo com o sindicato da categoria, a São Salvador estaria devendo aos funcionários 40% do salário de novembro e as duas parcelas do 13º. Além disso, também segundo o sindicato, 50% dos funcionários não teriam recebido o salário de dezembro.

Além da São Salvador, de acordo com o sindicato, outras empresas estão em débito com seus trabalhadores. Rodoviários da Siqueira precisariam receber, ainda, as duas parcelas do 13º. Já Rogil e Turisguá devem a segunda parcela do 13º. Na sexta-feira da última semana (27), a Cordeiro — membro do consórcio União assim como São Salvador, Siqueira e Turisguá —, que devia só vencimento do mês de dezembro, quitou a dívida com os trabalhadores.

Os salários referentes a janeiro de todas as empresas em questão vencem no próximo dia 5, segundo rodoviários.

Nessa terça, a Prefeitura de Campos afirmou, em nota, que “está em diálogo com as empresas de transporte para que os pagamentos sejam executados de maneira a não comprometer o fornecimento do serviço para a população” e que, “mesmo que tenha sido deixada uma dívida por parte da antiga gestão, a Prefeitura busca permanecer com os pagamentos do transporte em dia dentro da arrecadação recebida, cumprindo o que foi acordado na última reunião com as empresas”. A Prefeitura foi procurada novamente nesta quarta-feira, sem resposta.

A Folha tentou contato com as empresas, sem êxito.

Transtornos - Em meio às faltas de recebimento de direitos e paralisações, rodoviários relataram dificuldades. “Já vi até colega de trabalho pegando dinheiro emprestado com agiota para pagar contas e comprar as coisas para a família em casa. A gente precisa se sustentar e as contas estão aí, só vencendo e com juros. Está difícil”, falou um funcionário da São Salvador que preferiu não se identificar.

União parado - Por conta de falta de pagamentos, trabalhadores das empresas que fazem parte do União paralisaram as atividades na terça-feira da semana passada (24). A paralisação transformou a vida dos usuários de transporte público na cidade em um verdadeiro caos. Diante disso, em acordo com os empresários, os funcionários retornaram ao trabalho no dia seguinte.