Situação da Uenf discutida em reunião
Jane Ribeiro 30/01/2018 23:03 - Atualizado em 31/01/2018 15:58
“A Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) está sob ameaça, temos que preservá-la não só diante do que ela atua, mas para todo o Brasil”, essa foi a declaração feita pelo filósofo, professor da Universidade Harvard e ex-ministro Extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, ao gravar um vídeo em defensa da Uenf. A universidade está com suas atividades interrompidas desde agosto do ano passado. Nesta terça-feira, o Colegiado Executivo (Colex) da Universidade se reuniu com professores, alunos, representantes da Associação dos Docentes da Uenf (Aduenf) e também do Diretório Central dos Estudantes (DCE) para uma discussão aberta ao público sobre a situação atual da universidade. Entre os assuntos discutidos estavam o retorno imediato das aulas e o calendário acadêmico. O desafio do colegiado é transformar quatro semestres em apenas um ano.
Para Mangabeira, que é um renomado filósofo e teórico social brasileiro, para que o Brasil alcance o desenvolvimento é necessário um novo modelo de política regional. E na opinião dele a universidade é a grande transformadora da política regional orgânica e interna.
— Precisamos avançar rumo à economia do conhecimento, encontrando uma maneira de organizar essa economia de forma inclusiva, daí a importância da universidade regional e a Uenf está inserida neste contexto, tem todas as condições de ser a vanguarda do povo brasileiro. Acabar com a universidade estadual seria desperdiçar talentos e conhecimentos para o desenvolvimento do Brasil — declarou Mangabeira.
Quem também defende a retomada das atividades da Uenf são os alunos e alguns professores que compareceram a reunião e foram categóricos em afirmar que estão prontos para voltar à sala de aula. Eles defendem a tese de que o campus da Uenf deve se tomado novamente.
Maria Valéria Pires, que é mãe de um aluno, pediu a palavra e foi categórica em afirmar que o momento é de arregaçar as mangas e ir à luta. “Não podemos ficar parados e ver a Uenf se acabar. As questões pendentes de pagamentos estão sendo resolvidas, portanto é hora voltar com os trabalhos científicos, é hora de voltar para as salas de aula e mostrar que a universidade tem potencial e que não pode acabar”, disse ela.
Assembleia da Aduenf marcada para o dia 7
A presidente da Aduenf, Luciane Silva, questionou o fato de a reunião ter sido feita somente agora sabendo que muitos professores estão viajando. “Queremos deixar claro que os professores estão de férias e não puderam comparecer aqui hoje. Mas temos um calendário de reuniões que estamos seguindo. No próximo dia 7 teremos uma assembleia que a pauta tratará de informes e avaliação da greve e possivelmente serão discutidas questões relacionadas ao retorno das aulas”, informou.
Outro ponto discutido durante a reunião é o calendário de retorno às aulas. Segundo o reitor da Uenf, Luíz Passioni, haverá uma reunião no próximo dia 6 de fevereiro com a Câmara de Graduação que é responsável pela elaboração do calendário acadêmico. Em seguida, no dia 8 será apresentado no Colegiado Acadêmico que e quem aprova o calendário. “Temos uma grande desafio pela frente que é fazer quatro semestres em um ano. Várias propostas estão para serem apresentadas, mas quero deixar claro que colocar dois anos em um é completamente inviável. Agente precisa de um período mais longo para conseguir recuperar os dois semestres que foram perdidos”, informou o reitor.

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