Fábio Ribeiro: Dia da Independência com temor pela Pátria
- Atualizado em 07/09/2021 23:18
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Em 7 de setembro de 1822, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil e, pela poesia do Hino Nacional, até as margens do rio Ipiranga ouviram o povo bradando pela tão sonhada liberdade, pela felicidade de ver a antiga colônia ser igualada politicamente a Portugal. Muita coisa mudou e, de Monarquia, chegamos à República, ao estado democrático de direito, com separação dos poderes a fim de que a soberania popular seja garantida. Infelizmente, neste 7 de Setembro, o que assistimos foi um Brasil dividido, quebrado em dois extremos, em uma disputa política em que a Pátria, que deveria ser priorizada, não parece mais tão amada.
Em plena pandemia da Covid-9, que tirou a emoção dos desfiles cívicos, manifestações aglomeraram para esquerda e para direita. O Brasil se tornou “independente” há 199 anos, mas nossa democracia é ainda jovem e nossa habilidade do voto, recente. Em um estado democrático de direito, onde as instituições estão consolidadas, o debate político foi polarizado, gira em torno de temas como intervenção militar que, associados à desarmonia verificada entre os poderes constituídos, ameaçam nossa democracia. A crise política ameaça o país.
No Dia da Independência, olhares do mundo inteiro se voltaram para o Brasil com a preocupação da queda de uma das maiores democracias representativas da Terra. Não há como antecipar, aqui, um balanço ou o resultado deste 7 de Setembro, que está em curso, enquanto faço este artigo, mas só o clima de apreensão basta para entristecer o povo brasileiro. Deveria ser um dia especial para defender o patriotismo, demonstrar nosso espírito cívico, nosso comprometimento com interesse público e com a promoção de uma sociedade mais justa e estável. Mas, não!
Há crises no Brasil e a mais grave delas é a política. Com a política em crise, o diálogo e o debate são abafados, o bom senso inexiste e, desequilibrados, deixamos de ser uma sociedade para nos tornamos simplesmente grupos, cada qual defendendo o seu próprio interesse. Sem equilíbrio, as relações de poder só geram prejuízos e o que nos resta é temer por nosso povo e por nossa pátria.

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