Na Ribalta: Teatro de Bolso Procópio Ferreira - 52 anos
Fernando Rossi 18/09/2020 16:32 - Atualizado em 19/09/2020 09:16
Teatro de Bolso
Teatro de Bolso / Folha da Manhã
A casa do artista local. Esta é a premissa do Teatro de Bolso (TB) Procópio Ferreira que, ao longo dos 51 anos de história, acolhe atores, músicos e bailarinos de Campos e da região em busca de um espaço para manifestar sua arte. E recebe, espetáculo após espetáculo, uma plateia fiel sedenta de cultura. Somente em 2019, aproximadamente 4,5 mil espectadores marcaram presença nos 26 eventos que aconteceram ali, sendo a maior parte deles com produção da terra goitacá. Este sucesso é, portanto, uma consequência do empenho da classe artística amadora e profissional da cidade de Campos que, mesmo em tempos desfavoráveis, mantém-se firme no propósito de fazer da arte um ato de resistência.
Inaugurado no dia 13 de abril de 1968, o TB é fruto da postura reivindicatória dos artistas da época que, bastante atuantes na causa, ansiavam por uma casa de espetáculos onde pudessem mostrar ao povo a força da arte local.
Foi por meio da pressão da extinta Associação Regional de Teatro Amador de Campos que o então prefeito Rockefeller Felisberto de Lima iniciou as obras do teatro no local onde antes funcionava um clube. Contudo o espaço só foi aberto ao público na gestão seguinte, por Zezé Barbosa, que, por coincidência do destino, era avô de Rafael Diniz, atual gestor municipal e quem reabriu as portas do TB em 2017, após três anos de interdição.
A partir de então, o teatro mais antigo da cidade vem sendo reconquistado pelos campistas, que, a cada atração, o reencontram e o reafirmam como seu. Mantê-lo por tanto tempo fechado com o argumento de uma suposta “falta de demanda” se mostra algo infundado a cada espetáculo.
Desde que foi restabelecido até hoje, o teatro não parou. Sempre produzimos com qualidade, mesmo em situações adversas. Este é, aliás, um sintoma da efervescência cultural de Campos ao longo de toda a sua história. Importante ressaltar o movimento de ocupação que aconteceu em 2016.
É preciso ter em mente que aquela atitude foi fundamental para a reabertura do espaço, reivindicação está no cerne desse teatro, programação. Antes da pandemia, houve espaço para todos no Teatro de Bolso.
Considerando que o TB tem capacidade para receber 162 visitantes, os números demonstram que essa missão estava sendo cumprida: em 2019, 79 atividades foram desenvolvidas no local, e o número de frequentadores, entre artistas, público e alunos do Curso Livre de Teatro e das oficinas, fechou em 12.560 pessoas. Em 2018, foram 45 atividades desenvolvidas e, no total, 8.880 espectadores.
A força da arte campista, validada tanto pelo próprio artista quanto pelo público, também foi destacada pela presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima (FCJOL), Cristina Lima.
“Essa efervescência cultural é verdadeira, e podemos atestar isso porque nossos teatros têm recebido um grande número de visitantes. O Teatro de Bolso, especificamente, tem registrado casa cheia com frequência, o que mostra mais um ganho, já que esta sala recebe principalmente produções locais. Nossa cidade está produzindo e consumindo arte”, ressaltou.
O Teatro, em tempo de pandemia, anseia por um novo momento onde possa novamente receber o seu publico

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