Operação Isis II prende suspeitos por decapitações em Guarus
Daniela Abreu 21/08/2020 07:07 - Atualizado em 21/08/2020 19:30
  • Operação Isis II em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)

    Operação Isis II em Campos (Fotos: Genilson Pessanha)

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Seis pessoas foram presas em Guarus, entre a madrugada e manhã desta sexta-feira (21), durante a Operação Isis II, deflagrada pelas polícias Civil e Militar com o objetivo de prender suspeitos ligados ao tráfico de drogas da facção Amigos dos Amigos (ADA) e a dois homicídios ocorridos nos dias 7 e 8 de agosto, cujas vítimas foram decapitadas. Entre os presos, estão dois irmãos, que, segundo o titular da 146ª Delegacia de Polícia (Guarus), Pedro Emílio Braga, agiam a mando do pai, principal líder da ADA e detento do presídio Carlos Tinoco da Fonseca desde 2015.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta, na sede da 6ª Região Integrada de Segurança Pública (Risp), o delegado Pedro Emílio contou que a facção ADA tem o controle do tráfico de drogas nas áreas que foram alvos da operação e tem no histórico mortes por motivos fúteis, como as do adolescente e da mulher decapitados neste mês.
Pedro Emílio contou que a mulher encontrada decapitada no dia 7 de agosto era moradora da comunidade do Sapo I e foi morta dentro de sua casa. Segundo o delegado, os executores invadiram a residência por volta de 0h e, depois da decapitação, levaram o corpo e a cabeça até a BR 101, próximo a Travessão, onde foram encontrados.
— A mulher teria sido morta porque era apontada como uma possível informante da polícia, o que durante a investigação se revelou, na verdade, fruto da paranoia dos traficantes, uma vez que ela não tinha qualquer ligação com informação prestada. Mais uma morte fútil, banal, como é próprio do narcotráfico e sobretudo dessa facção, estabelecida naquela comunidade — explicou Pedro Emílio.
No dia seguinte à morte da mulher, a cabeça do adolescente Guilherme Gomes Bravo, 17 anos, foi encontrada no Parque Presidente Vargas, depois de ele ser sequestrado no Parque Boa Vista, onde morava. A polícia ainda não sabe de que forma o jovem foi levado e nem onde foi executado.
— Nós sabemos que ele foi sequestrado na rua, morto e esquartejado. Primeiro sua cabeça foi atirada na rua da Vala e o corpo teria sido enterrado e, posteriormente, foi desenterrado e abandonado na estrada do Brejo Grande. Neste caso, igualmente fútil, ele teria sido morto apenas por se tratar de um morador de um bairro onde estaria estabelecida uma facção rival — contou o delegado.
De acordo com Pedro Emílio, o grupo agia a mando do pai dos irmãos presos na Chatuba do Lebret, onde um homem também foi preso em flagrante com a moto que teria sido utilizada na sequência do esquartejamento de Guilherme. O delegado disse ainda que um dos crimes tem seis autores e o outro quatro. “A gente engloba desde os mandantes até os executores. Esses dois são, na realidade, apontados como mentores intelectuais, agindo a mando do próprio pai, que é o principal líder dessa facção criminosa”, disse o delegado, ressaltando que esse líder da facção dava as ordens de dentro do presídio Carlos Tinoco da Fonseca, onde cumpre pena desde 2015.
— O recado é o recado do terror, da intimidação, da coação aos moradores e a reação da polícia veio no mesmo ritmo e hoje ficou muito claro para eles que isso não será permitido e a resposta será com ações duras, como a que ocorreu hoje — ressaltou Pedro Emílio.
Operação Isis II
Oito mandados de prisão por homicídio e vilipêndio a cadáver foram expedidos, dos quais, cinco foram cumpridos durante a operação, que contou com 40 policiais militares e 30 policiais civis e resultou, ainda, na apreensão de uma pistola calibre 380 com 13 munições e uma moto Honda Fan vermelha, que teria sido utilizada no descarte da cabeça do jovem Guilherme Gomes Bravo, de 17 anos, e teria motivado a prisão em flagrante de um sexto homem.
A mobilização para prender os suspeitos começou por volta das 5h30, na seda da 6ª Risp. De lá, pelo menos cinco viaturas seguiram em direção a Guarus. Uma das prisões aconteceu em uma casa na rua Pastor Jurandir, no Parque Santa Rosa. Outras diligências foram realizadas na comunidade Chatuba do Parque Lebret, Sapo I, Sapo III e Novo Eldorado. A polícia chegou a ser recebida a tiros em alguns bairros.
 
Os crimes — Na noite de sábado (8), a cabeça de Guilherme Gomes Bravo, 17 anos, morador do Parque Boa Vista, foi encontrada dentro de um saco de cimento na rua Antônio de Castro, no Parque Presidente Vargas. De acordo com a polícia, ela caiu de uma motocicleta que passou pelo local, possivelmente quando seguia para um local onde seria jogada. O corpo do adolescente foi encontrado esquartejado no último dia 15.
A família afirma que Guilherme não tinha envolvimento com ativides ilícitas. A polícia confirmou que a vítima não poossuía antecedentes criminais. Não é descartada a hipótese de que o homicídio tenha sido cometido por engano ou simplesmente para demonstração de força de uma facção criminosa.
Na tarde de segunda-feira (10), familiares de Guilherme e outros moradores do Parque Boa Vista fecharam a BR 101 em ambos os sentidos durante manifestação, pedindo justiça. Eles exigem uma solução para o crime e a prisão dos responsáveis.
Já no dia em que a Lei Maria da Penha completou 14 anos, sexta-feira (7), o corpo de uma mulher foi encontrado decapitado, pela manhã, à margem da BR 101, na altura de Travessão. Populares acharam o cadáver próximo a um posto de combustível, enrolado em um lençol, com as mãos e os pés amarrados por uma fita adesiva. Ninguém reconheceu a vítima como moradora das proximidades.
De acordo com a polícia, a mulher usava uma camisola. Há indícios de que ela não tenha sido morta no local onde foi encontrada, pois não havia vestígios de sangue no chão ou nas imediações. A cabeça estava ao lado do corpo.

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