Motoristas de van protestam contra alteração prevista para o transporte alternativo
Verônica Nascimento e Jonatha Lilargem 03/07/2018 11:59 - Atualizado em 04/07/2018 13:41
  • Motoristas de van fazem protesto

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Motoristas e cobradores de vans fizeram um protesto na manhã desta terça-feira, no Cais da Lapa, na avenida XV de Novembro, no Centro. Depois eles seguiram em carreata com buzinaço por algumas ruas centrais, para a sede da Prefeitura, no Parque Santo Amaro. Os manifestantes questionam a alteração no transporte público de Campos, que será apresentada em audiência pública nesta quarta e que, segundo eles, transfere os trajetos e linhas do transporte alternativo para os distritos e localidades. Nas edições do último domingo e segunda, a Folha da Manhã publicou matéria falando sobre as mudanças previstas com o novo modelo de transporte coletivo.
Em faixas, os manifestantes declararam serem trabalhadores e questionaram sobre a rentabilidade, com a circulação foram da área central da cidade, devido à baixa demanda de passageiros nos distritos e localidades.
Segundo o motorista Saulo Nunes, a manifestação foi dos trabalhadores de cerca de 100 vans que não participam de cooperativas e fazem linhas de bairros como Eldorado, Cidade Luz, Travessão, Morro do Coco e Nova Brasília.
— O projeto que será apresentado define um bilhete único, para os passageiros pagarem na van ou no ônibus. O problema é colocar a van para fazer ‘terminagem’, levando os moradores até os pontos estabelecidos para passarem aos ônibus. A gente, do transporte alternativo, leva os veículos para o interior e, se for na região Norte de Campos, temos de deixá-los no Ceasa; da Baixada, em Goitacazes, e da região de Serrinha, em Ururaí. A maioria dos moradores do interior perdeu o emprego com o fim da passagem a R$ 1 e trabalha lá mesmo, onde mora. Quais serão nossos passageiros, idosos e estudantes? Como será feito esse repasse do bilhete único? Queremos ser ouvidos pelo prefeito Rafael Diniz, porque ele ainda pode mudar isso — pontuou o motorista.
A Prefeitura de Campos informou, por meio de nota, que na audiência pública, será mostrado que as vans serão regularizadas através de licitação, fazendo com que passem a integrar o sistema de transporte coletivo. A nota diz ainda, que todos terão possibilidades rentáveis de manter o funcionamento das vans, de maneira que cada permissionário tenha preservado seu direito.
A Prefeitura de Campos informou ainda que, com a licitação, o Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT) está regularizando e dando legalidade ao processo, porque cada permissionário terá contrato assinado e todas as garantias legais preservadas, além de melhorar o serviço oferecido à população.
A manifestação foi acompanhada pela Guarda Municipal e pela PM.
Critérios para “resgatar a credibilidade”
Pelo novo modelo, a ser debatido nesta quarta-feira na Câmara, todos os veículos terão bilhetagem eletrônica. Ela será necessária para que, no prazo previsto pelo projeto, o IMTT possa fazer a integração tarifária, possibilitando que haja o pagamento de uma única passagem para mais uma viagem. Os veículos deverão ter GPS para permitir o acompanhamento do trajeto através de aplicativo ou monitores que serão instalados nos seis terminais de embarque e desembarque.
Para a licitação das linhas alimentadoras, o IMTT segue modelo semelhante ao adotado no Rio de Janeiro, que prioriza a melhor proposta técnica e o permissionário individual. A licitação — que será válida por 10 anos, prorrogáveis por mais 10 — vai priorizar a melhor técnica e o permissionário individual.
O edital contemplará três classes: veículos com capacidade mínima de 14 passageiros (sentados), veículos com capacidade de 20 passageiros (sentados) e micro-ônibus para 20 passageiros (além de 10 em pé). Serão admitidos veículos com até 10 anos de uso, desde que a média do setor onde circular não seja superior a sete anos.
São critérios o tempo de permissão, a idade do veículo, multas na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e participação nos cursos de Cidadania e Mobilidade em Transporte e de Aperfeiçoamento de Motorista — ambos oferecidos pelo Sest/Senat. “É um modelo de resgate da credibilidade do sistema de transporte coletivo, que vai permitir que tenhamos um transporte de qualidade na cidade”, disse Felipe Quintanilha.
Fotos: Verônica Nascimento

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