Dinheiro no banheiro de político, falsificação de assinatura, falta de caráter foram algumas declarações de baixo nível que, novamente, marcaram a sessão desta quarta-feira (4) na Câmara de Campos. Já na parte final dos trabalhos, os vereadores Leon Gomes (PDT) e Maicon Cruz (PSC) trocaram acusações e colocaram seus mandatos à disposição caso alguma das denúncias sejam comprovadas.
Apesar disso, o Legislativo voltou a discutir projetos importantes para o município e foram aprovados, por unanimidade, a prorrogação dos contratos dos profissionais classificados em processo seletivo da Fundação Municipal da Infância e Juventude (FMIJ) e o texto que institui a política municipal de atendimento para educação especial, na perspectiva da educação inclusiva.
A polêmica da noite começou depois que Maicon Cruz comentou que o edital e gabarito de um novo processo seletivo que seria realizado pela FMIJ foi vazado para aliados de um vereador, sem citar nomes. Sem comprovação, um site chegou a ligar o nome de Leon Gomes ao vazamento. Foi então que o pedetista subiu na tribuna e disparou:
— É muito bom quando alguém chega aqui e solta ao vento, dizendo sobre o que uma determinada página disse outro dia me ligando ao processo seletivo que estava para ocorrer na FMIJ. Quando chega aqui se achando, cheio de pompa, como se tivesse alguma moral. Posso estar ao lado oposto de 13 pessoas, mas os 13 não poderão falar que eu não tenho palavra, que eu não tenho posicionamento, que eu não tenho caráter ou que eu fico titubeando de lado. Fui ao Ministério Público e perguntei se tinha alguma denúncia contra mim. Eu posso fazer isso, mas não sei se em alguma cidade vizinha, alguém que assina em nome de prefeita pode fazer a mesma coisa. O MP respondeu que não tem denúncia e se tivesse, poderia colocar minha cabeça no travesseiro com tranquilidade. Eu só pedi porque a página está sendo processada de novo — disse Leon Gomes, que complementou:
“Uma coisa que acho ruim na política é a palavra imunidade. Imunidade para quem rouba, para quem não tem caráter, para quem não tem princípios, não deveria existir. Para quem anda correto, a imunidade se chama caráter, alguém que tenha palavra e pode assinar debaixo de tudo aquilo que fala”, finalizou o pedetista.
Na sequência, Maicon desafiou o colega de Câmara e afirmou que Leon “pegou dinheiro com político em um banheiro”.
— Voltei à tribuna para fazer dois desafios. O primeiro, eu prometo renunciar do meu mandato caso o vereador Leon comprove o que falou. Se você trouxer algum processo que eu responda da prefeita, eu também renuncio. Eu também desafio, vereador Leon, você me dar a oportunidade de provar o quanto você é sem caráter, eu provo. Você se esconde atrás de uma bandeira social, comove políticos, vai para dentro de banheiro de político, pega dinheiro. Na hora de devolver, porque volta atrás da palavra, não devolve o valor todo e eu, como seu amigo, ainda inteirei. Eu provo. Se você assumir um compromisso público de, se eu provar isso tudo, você renuncia a seu mandato, eu provo.
Leon Gomes respondeu dizendo que aceitaria o desafio se os dois fossem até a Polícia Federal. “A Polícia Federal fica logo ali. Convido o vereador para irmos lá. Se o senhor diz que eu estou envolvido com corrupção, você também estaria no mesmo ambiente. Entrar no campo político, entra à vontade, fale o que quiser. O político é político, mas o familiar... Meu mandato estará à disposição se a Polícia Federal provar. O que o vereador estava fazendo no mesmo lugar se realmente há provas? Onde eu entrei? Prova!”.
