FUP pede à ANP informações sobre petroleiros contaminados por coronavírus
Aldir Sales 05/05/2020 19:39 - Atualizado em 08/05/2020 18:03
Coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel informou que solicitou à Agência Nacional do Petróleo (ANP) as informações detalhadas sobre os casos de trabalhadores infectados por coronavírus e suspeitos de contaminação que foram notificados pelas empresas de petróleo. De acordo com o último boletim divulgado pela ANP, no sábado (1º), já são 771 casos confirmados de Covid-19 em funcionários da categoria no Brasil, mas o órgão não informa os locais de contaminação. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro), há casos da doença em pelo menos sete plataformas na Bacia de Campos.
Em nota, a FUP disse que alertou à ANP que as empresas do setor, entre elas a Petrobras e suas subsidiárias, não estariam cumprindo as medidas preventivas recomendadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), no âmbito da “Operação Ouro Negro”.
No último dia 30, a FUP protocolou representação no Ministério Público Federal, cobrando a abertura de investigação criminal para apurar responsabilidade penal e administrativa do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e demais dirigentes da empresa, por negligenciarem ações de prevenção durante a pandemia, colocando em risco os trabalhadores.
Em nota, a Petrobras diz que tem tomado todas as medidas para evitar contaminação por coronavírus e que não divulga mais detalhes dos casos suspeitos e confirmados para preservar a privacidade dos trabalhadores.
“Reforçando nosso compromisso com o cuidado e proteção aos nossos colaboradores, incluindo seus familiares e pessoas próximas, a Petrobras não vai informar quando algum colaborador tiver confirmação ou complicações decorrentes da Covid-19. Entendemos que é natural, neste momento de crise sem precedentes, que nossos colaboradores e públicos de interesse demandem informações sobre casos suspeitos, confirmados e, eventualmente, graves relacionados ao coronavírus. Porém, a companhia entende que, em linha com nosso valor de respeito às pessoas, a garantia da privacidade e do sigilo se sobrepõe nessas situações. Por essas razões, a companhia informa apenas números gerais.”, informou a estatal no comunicado, prosseguindo:
“Todos os empregados com suspeita passam por teste. A companhia monitora todos os casos suspeitos entre nossos colaboradores, dentro ou fora das nossas unidades, desde o primeiro reporte de sintomas. Tomamos todas as medidas preventivas para evitar o contágio nesses casos e orientamos o colaborador e seus familiares por meio das nossas equipes de saúde, seguindo as definições das autoridades sanitárias. Informações individuais dos colaboradores devem ficar restritas aos profissionais de saúde, resguardando inclusive o sigilo médico”.
Na última nota da ANP, a entidade informa que, do total de casos confirmados em trabalhadores da indústria do petróleo e gás, 339 profissionais estiveram em plataformas marítimas.
“O protocolo de segurança determina o desembarque, além dos sintomáticos, de toda e qualquer pessoa que teve contato com casos confirmados, ensejando, no caso em que não é possível manter o staff mínimo para operação segura, na parada de produção. As empresas vêm diminuindo ao mínimo o número de pessoas a bordo, para reduzir a exposição dos trabalhadores ao Covid-19, e vêm estabelecendo procedimentos de contingência para manutenção das operações de forma segura e em conformidade com a regulação, o que vem sendo acompanhado diariamente pela ANP”, relatou o órgão no comunicado.

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