José Maria Rangel fala sobre coronavírus em plataformas e eleição no Folha no Ar
04/05/2020 07:55 - Atualizado em 08/05/2020 20:58
José Maria
José Maria
Coordenador da Federação Única dos Petroleiros (FUP), José Maria Rangel foi o entrevistado desta segunda-feira (4) do Folha no Ar, da Folha FM 98,3. Ele comentou, de maneira crítica, sobre a postura da Petrobras no enfrentamento ao novo coronavírus e falou também sobre a política local. Um dos pré-candidatos pelo PT a prefeito de Campos, ele afirmou que o processo de escolha do nome da legenda, que tem três postulantes — além de Rangel, Hélio Anomal e Odisséia Carvalho — ainda não foi concluído. Com uma relação próxima ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, José Maria afirmou que a amizade não interferirá no processo interno d legenda no município.
O coordenador da FUP salientou que a preocupação com a possibilidade de disseminação da Covid-19 nas plataformas já vinha sendo debatida desde 19 de março. Ele lembrou que pessoas de todos os lugares do Brasil embarcam na região. E reforçou a reclamação de um “abandono generalizado” nas plataformas da Bacia de Campos, inclusive sem manutenção do sistema de ar-condicionado. Segundo Rangel, apesar dos alertas em março, nada foi feito pela empresa:
— A Petrobras tinha, já naquele momento, que fazer um processo de bloqueio: ninguém embarca e ninguém desembarca durante sete dias. E então fazer um processo de testagem, disponibilizar álcool gel para as unidades, exigir que as pessoas utilizassem máscaras, impedir que as pessoas do grupo de risco embarquem. Nada disso foi deito. A Petrobras só passou a disponibilizar máscaras na semana passada. E uma máscara de TNT, muito da vagabunda.
José Maria ainda fez críticas ao que chamou de “plano de resiliência” da estatal que, segundo ele, “reduz drasticamente o salário das pessoas que não estão embarcando, e os terceirizados são mandados embora se não embarcarem”. O coordenador da FUP afirmou que muitas vezes as pessoas omitem que estão com sintomas e embarcam para não correrem o risco de perda do emprego ou redução do salário. Ele ainda cobrou uma postura da estatal:
— A Petrobras, na nossa visão, enquanto Federação, tinha que entender o papel de uma empresa do seu porte em um momento como este. Deveria ter uma postura de proteger o emprego dos seus funcionários e terceirizados; doar combustível para ambulâncias, Corpo de Bombeiros, carro de polícia, todos os veículos que estão levando cestas básicas para tudo quanto é lado. Uma postura de solidariedade e ela (a Petrobras) não está fazendo isso, apesar de seus estoques estarem lotados de derivados. Tinha que subsidiar o gás de cozinha. É difícil? Não é não. É só pegar o cadastro de quem está no Bolsa Família e subsidiar. Em momento algum, a Petrobras se colocou em uma postura proativa. Ela simplesmente seguiu a cartilha que veio do governo federal. Tenho 35 anos de Petrobras e jamais a vi em uma posição tão reativa como nesse episódio do combate ao coronavírus.
Sobre a sucessão municipal de 2020, José Maria disse que o PT ainda definirá o seu candidato em Campos. “Continua à disposição do partido, que vai definir qual é a melhor estratégia. Temos que recuperar o espaço que o PT perdeu aqui em Campos. Também fui candidato a deputado federal por uma estratégia do partido. Nesse momento, penso eu, que todos os petistas, todas as pessoas dos partidos de esquerda, centro-esquerda, devem colocar seus nomes à disposição. Não basta a gente ficar reclamando que a política está ruim, temos que ser agentes de mudança na sociedade”, disse.
Candidato a deputado federal em 2018, recebendo pouco mais de 20 mil votos, José Maria disse não acreditar que sua amizade com Lula interfira no processo de escolha do município. “Tenho o privilégio de ser amigo pessoal do presidente Lula, por diversas vezes estive com ele no Instituto Lula, estive com ele no cárcere em Curitiba. Essa proximidade que nós temos, por termos pensamentos muitos parecidos no que diz respeito a uma sociedade mais justa, uma Petrobras pujante, de maneira alguma pode influenciar no processo de escolha do candidato ou da candidata para prefeito de Campos”.Confira a entrevista:
 
 

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