Secretária de Educação de Campos detalha o Kit Alimentação no Folha no Ar
20/04/2020 07:48 - Atualizado em 05/05/2020 17:37
Luciana Eccard
Luciana Eccard / Divulgação
Em entrevista que abriu a semana do Folha no Ar, da Folha FM 98,3, a nova secretária de Educação de Campos, Luciana Eccard, falou sobre a polemica com relação ao Kit Alimentação distribuído pela Prefeitura aos alunos da rede municipal durante o período sem aulas devido à pandemia do novo coronavírus. Ela explicou que o contrato com a “Quotidien Comercial Atacadista LTDA”, que tem valor máximo de R$ 10.184.681,25 e duração de 90 dias, é referente não apenas à compra de alimentos em si, mas também a toda logística de distribuição e ao empacotamento.
— Não são R$ 10 milhões em um mês, e sim distribuído por três meses, e, além do valor do kit, tem toda a logística da distribuição dentro de uma rede. Temos 236 unidades em um município muito extenso, com unidades totalmente distintas. Tenho unidades na Serrinha, unidades na divisa de Campos com o Espírito Santo... Todas essas unidades estão recebendo, a parte do logística é feita pela empresa, e também toda a parte de empacotamento desses alimentos. É diferente você ir num mercado e comprar um produto do que recebê-lo em casa sem custo nenhum adicional por isso. Qualquer compra que você faça, hoje, no comércio, e peça para entregar em casa, teria um custo acrescido ao valor do produto.O valor a mais no kit alimentação é, justamente, com os encargos de logística de distribuição, que é por conta da empresa — afirmou.
A polêmica envolvendo o Kit Alimentação, tema de matéria na edição de domingo (19) da Folha da Manhã, foi levantada nas redes sociais por vereadores de oposição e tem gerado polêmica quanto à possibilidade de superfaturamento. O valor médio do kit comprado pelo município é de R$ 64,05, enquanto uma média da compra similar em três estabelecimentos comercias da cidade é de R$ 42,53. A administração municipal informou que a celebração do contrato foi acompanhada pelo Ministério Público e que o valor final deve levar em consideração questões como empacotamento e a logística para entrega dos kits (após anúncio no Folha 1 sobre a matéria especial deste domingo, 19, a superintendência de Comunicação da Prefeitura de Campos enviou nota com os valores dos kits: R$ 41,84, no caso de 10 itens, e R$ 46,82, no que inclui uma mistura para mingau).
Na entrevista desta segunda, a secretária Luciana Eccard respondeu reclamações a respeito da quantidade de alimentos presentes no kit.
Esse kit é referente à proporção de alimentação que o aluno tem na escola. Nós não somos responsáveis por almoço e janta dos alunos no período escolar — disse a secretária. — Lógico que somos sensíveis ao momento que estamos passando, não só no município, mas no país como um todo, em relação às dificuldades que as famílias têm para manterem a alimentação. Temos todo esse conhecimento e toda a sensibilidade. Mas, enquanto secretaria de Educação, nós não podemos ser irresponsáveis também por assumir questões que não cabem à secretaria de Educação neste momento. Nossa preocupação sempre foi garantir que esse aluno tivesse uma alimentação, mas a gente tinha que garantir dentro daquilo que a escola, no dia a dia, é responsável pelo aluno — pontuou.
Segundo Luciana, até esta segunda-feira já haviam sido entregues 33.221 kits em mais de 160 escolas. A distribuição às famílias é organizada pelas unidades, buscando evitar aglomerações. “Cada escola se organiza de uma maneira. Geralmente, os diretores estão fazendo contato por telefone ou deixando no portão da escola o cronograma de entrega”, comentou.
Ainda de acordo com a secretária de Educação, há possibilidade de um novo contrato caso a pandemia dure além dos três meses inicialmente previstos:
— Começamos a nossa distribuição no dia 7 de abril. No nosso entendimento, este kit é referente ao mês de abril, até porque a segunda quinzena de março, quando encerramos nossas atividades, consideramos como recesso escolar. Então, tem uma questão legal aí. Num período de recesso, a gente não oferta alimentação para os nossos alunos. Estamos contabilizando como o mês de abril. E aí, sim, dependendo do tempo que durar esta pandemia, a gente vai estar ofertando esses kits nos próximos meses. O contrato prevê até três meses. É o tempo que a gente tem para saber se vai se estender ou não. Faríamos um novo planejamento neste sentido.
Confira a entrevista:

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