No Dia da Mentira, não há espaço para fake news sobre o coronavírus
Matheus Berriel 31/03/2020 18:42 - Atualizado em 04/05/2020 22:18
Infectologista Nélio Artiles alerta para a importância de checar informações compartilhadas nas redes sociais
Infectologista Nélio Artiles alerta para a importância de checar informações compartilhadas nas redes sociais / Rodrigo Silveira
 
Internacionalmente, o dia 1º de abril é conhecido como Dia da Mentira, com variações para Dia dos Tolos, Dia dos Bobos e outras. Na data, são comuns brincadeiras com notícias inverídicas que assustam amigos e familiares, sendo desmentidas em seguida ao som de várias risadas. Neste ano, porém, diversas (des)informações compartilhadas nas redes sociais têm preocupado os médicos. São as famigeradas fake news, que ganharam força em processos eleitorais e agora estão em alta durante a pandemia do novo coronavírus, principal assunto do momento em todo o mundo.
— Estamos passando por uma pandemia de uma doença realmente nova. Isso tem gerado muitas informações equivocadas, que não são verdadeiras, o que é um problema muito sério. As pessoas, às vezes, repassam informações equivocadas. É muito importante, neste momento, a gente perceber a fonte delas, se são confiáveis ou não — disse o infectologista Nélio Artiles.
Para combater as fake news, o Ministério da Saúde disponibilizou um número de WhatsApp que dispara mensagens informativas à população. Não trata-se de um serviço de atendimento (SAC) ao consumidor ou um tira dúvidas dos usuários, mas um espaço exclusivo para receber informações virais, apuradas pelas áreas técnicas e compartilhadas oficialmente como verdadeiras ou falsas. Antes de compartilhar imagens ou textos duvidosos que tenha recebido nas redes sociais, qualquer pessoa pode enviar o material para o número (61) 99289-4640 e aguardar a confirmação se as informações procedem.
Nos últimos dias, o Ministério da Saúde já desmentiu boatos como o de que a vacina do coronavírus havia sido anunciada pelo Governo do Brasil e também na China. Foi igualmente negado que beber muita água e fazer gargarejo com água morna, sal e vinagre são métodos preventivos à Covid-19; que pesquisa publicada por cientistas chineses indica que o coronavírus tornará a maioria dos pacientes do sexo masculino infértil; que tomar bebidas quentes ou usar um óleo consagrado mata o vírus; entre outros.
— Às vezes, a pessoa coloca um áudio, não se apresenta, não diz quem é, onde trabalha, qual a sua formação acadêmica, e tece informações totalmente sem sentido, que vêm gerando pânico. É momento de a gente estar unido, não para atrapalhar, mas para ajudar. As informações que vêm de diversas autoridades, como o Ministério da Saúde ou entidades confiáveis do Brasil e do mundo, a gente pode confiar, até mesmo divulgar. Quando é uma informação completamente fora destes padrões, vamos bloquear, evitar — afirmou Nélio Artiles.
O infectologista também comentou a importância do isolamento social, de lavar bem as mãos e higienizar os produtos manuseados. “Neste momento, a curva exponencial está crescendo. A gente não tem que correr risco, principalmente porque, mesmo assintomáticos, podemos transmitir — pontuou o médico. — Se Deus quiser, vamos vencer essa luta, esse novo desafio que o planeta enfrenta — finalizou.

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