Erosão avança e Defesa Civil faz interdições em Atafona
17/10/2019 09:17 - Atualizado em 01/11/2019 15:04
A rua Elias Gabriel Beirute, no cruzamento com a avenida Atlântica, em Atafona, no município de São João da Barra, segue interditada por tempo indeterminado. A via foi bloqueada pela Defesa Civil de SJB na tarde da última quarta-feira (16) devido à erosão costeira que tem avançado no local. Por conta do avanço do mar parte do asfalto desmoronou. Um imóvel, também localizado na mesma rua, que era usado como ponto de comércio e moradia, por correr risco de desabamento, também foi interditado.
— Foi uma ação necessária para garantir a segurança de todos e evitar o trânsito no local — destacou o coordenador de Defesa Civil, Wellington Barreto. Os moradores de outras casas localizadas no quintal do imóvel interditado foram encaminhados à secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos.
Nesta quinta (17), Wellington informou que a maré recuou um pouco por ter passado a maré da lua. “Estamos monitorando a área erodida próximo à avenida Atlântica, colocamos manilhas para obstruir a passagem dos carros onde interditamos e iremos colocar mais manilhas. Essa interdição ficará direto, uma vez que o mar está infiltrando próximo ao asfalto e com a trepidação poderá provocar mais danos”, disse o coordenador ao acrescentar que, atualmente, a situação em Atafona está normal.
O imóvel interditado é de propriedade de Samyr Chiade Hissa Filho, que solicitou um laudo da Defesa Civil. O proprietário se comprometeu a fazer a demolição.
A operação teve participação do setor de Postura e da Guarda Civil Municipal, que vem orientando o trânsito no local desde segunda-feira.
A erosão do mar em Atafona ocorre desde a década de 50. Para tentar amenizar a situação, um projeto que prevê a transposição de areia para a praia como solução para a contenção do avanço do mar no Pontal de Atafona chegou a ser apresentado em audiência pública em abril deste ano, na Câmara de Vereadores do município. Na ocasião, a prefeita Carla Machado (PP) informou que caso o custo com a obra seja de R$ 20 milhões, o município poderia pagar sem precisar de recursos dos governos federal e estadual.
Ainda na audiência, o autor do projeto, o pesquisador e professor da Universidade Federal Fluminense Eduardo Bulhões, apresentou dados de pesquisas que apontam que o processo de erosão da faixa de areia avança 5,4 metros por ano em média. Em 30 anos, seriam cerca de 160 metros de erosão se o ritmo for mantido. A solução passaria, de acordo com o projeto, pela construção de dunas e bermas artificiais em 1,8 km de linha de praia, o que necessitaria de 370.000m³ a 400.000m³ de areia, com um custo previsto entre R$ 16 milhões a R$ 20 milhões. (M.S.) (A.N.)
 
 
 

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