Um dia triste de uma realidade apavorante
- Atualizado em 05/05/2021 16:48
Ontem foi um dia muito difícil para todos nós. Se durante o dia fomos sabendo aos poucos sobre a barbaridade ocorrida na creche da cidade de Saudades/SC, à noite chegou a informação da morte do ator Paulo Gustavo. Um dia triste, um dia que nos lembra das nossas catástrofes e faz pensar como deixamos chegar a esse ponto. O massacre de bebês é algo inimaginável para mim. Não que qualquer homicídio seja menos grave e cause menos repulsa, mas, BEBÊS?????
Isso acabou com o meu dia, mas o que era uma grande dor passou a virar revolta ao ler posts e comentários onde alguns tentavam se aproveitar politicamente da tragédia para defender suas bandeiras. Teve gente defendendo que cuidadores de creches deveriam trabalhar armados para que algo do tipo não se repetisse. Que insanidade é essa????? Não vou nem entrar no mérito sobre a relação causal entre armas e violência para me ater a questionar a sanidade mental de quem defende que cuidadores de creches trabalhem portando armas de fogo. De onde veio essa gente???
Mas o dia seguiu e à noite outra bomba que nos faz lembrar da nossa tragédia diária. O ator Paulo Gustavo morre em decorrência da contaminação por Covid19 após quase dois meses lutando. Mais uma dentre outras milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas. Mortes causadas pelo descaso das autoridades, pelos discursos enlouquecidos de negacionistas que flertam com a morte e por pessoas que não se importam com os outros e continuam a aglomerar espalhando o vírus. Ele e outras milhares de pessoas poderiam ter sido vacinadas se não fosse a incompetência do governo federal. Não precisavam ter morrido.
Para onde foi a empatia? Quando deixamos de ter humanidade? Quando a opinião pessoal passou a importar mais que a dor do outro? Porque é isso que tenho visto, e não é fácil achar uma saída. Hoje sinto dor e a única esperança que resta busco passar para meus filhos, porque eles não são culpados pela m... de sociedade que criamos, mas sofrerão as consequências, assim como os filhos de vocês. Vamos pensar sobre isso.

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    Roberto Uchôa

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