Covid: Campos pode ter lockdown
- Atualizado em 22/12/2020 20:37
Movimento continua intenso no Centro
Movimento continua intenso no Centro / Rodrigo Silveira
Médico e secretário de Saúde confirmado do governo Wladimir Garotinho (PSD), Geraldo Venâncio reforçou a possibilidade de um lockdown em Campos, caso os dados de infecção por Covid-19 continuem em crescimento, e apontou fevereiro para o início da vacinação contra o coronavírus no município. Em resposta ao blog Opiniões sobre as ações de combate à Covid da futura gestão, o vice-prefeito eleito, Frederico Paes (MDB), confirmou que a equipe técnica está “preparada para adotar as medidas necessárias para minimizar os danos da pandemia”. Campos contabiliza 12.753 pacientes contaminados, com 522 mortes e 11.121 recuperados. Na segunda-feira (21), a ocupação de leitos de UTI e clínicos para Covid, nos hospitais públicos e contratualizados, era, respectivamente, 74% e 49%. O município recebeu novos respiradores e ganhou, nessa terça (22), mais 10 vagas de UTI para Covid.
Em entrevista, ao Folha no Ar, da rádio Folha FM 98,3, Geraldo Venâncio avaliou que, com as aglomerações das festas de fim de ano, somadas ao negacionismo do governo federal e ao pouco acesso de grande parte dos brasileiros a informações corretas, há possibilidade de janeiro ser um mês de alta nos casos de coronavírus. Este cenário pode resultar em adoção de “medidas duras” no município.
— Se as medidas de afastamento mais severas não forem adotadas, isso vai fazer com que o número de casos cresça muito no verão. O prefeito eleito, Wladimir Garotinho, se houver necessidade, não hesitará em tomar medidas duras necessárias para proteger a população. Tanto Wladimir quanto Frederico. Os números vão dizer. Ontem (segunda-feira), por exemplo, houve pequeno arrefecimento. O índice de ocupação de leitos de UTI caiu para 74% — analisou o futuro secretário de Saúde, adiantando que novos mecanismos de barreira sanitária e novos decretos em relação à Covid serão publicados no dia 4 de janeiro.
Quanto à previsão para a chegada da vacina no município, Venâncio recordou que Wladimir assinou um protocolo de intenção de compra da CoronaVac com o Instituto Butantan, mas disse acreditar que a maioria das cidades que assinaram o termo irá acompanhar o Ministério da Saúde.
— Penso que, de todos os municípios que assinaram o protocolo de intenção, a maior parte deles vai seguir o plano nacional de imunização. Existe previsão para (começar em) fevereiro. São Paulo inicia em 25 de janeiro, já está confirmado. Existe logística que depende da vacina. A da Pfizer e BioNTech, por exemplo, tem que ser usada em grandes centros porque exige conservação a -70ºC. A CoronaVac está na linha de produção mais adiantada. O Butantan tem capacidade instalada para produzir 1 milhão de doses por dia. A Fiocruz está iniciando a produção da Oxford/AstraZeneca. Isso é uma coisa que demora um pouco, e nenhuma das vacinas pediu o registro emergencial ainda — afirmou, destacando que, se cerca de 30% da população tiver imunizada, o nível de segurança para todos cresce exponencialmente. “Mas reitero que todo o processo de vacinação terá que ser acompanhado em médio prazo porque nós não temos, ainda, números definitivos em relação ao tempo de proteção”, complementou.
Medidas necessárias — A pedido do blog Opiniões, o vice-prefeito eleito, Frederico Paes, ex-diretor do Hospital Plantadores de Cana (HPC), se posicionou sobre o enfrentamento à Covid. Ele afirmou que a orientação do prefeito eleito é “no sentido de sempre ouvirmos os nossos técnicos”:
— Nossa equipe está preparada em adotar as medidas necessárias para minimizar os danos da pandemia. Temos médicos experientes, como Dr. Geraldo Venâncio, Dr. Paulo Hirano e Dr. Charbell Kury, em uma força-tarefa para as primeiras medidas do novo governo. Também estamos em contato com os técnicos do atual governo para que a transição não prejudique os trabalhos de combate ao coronavírus. Vamos começar uma campanha forte de conscientização da população já que a pandemia ainda está ceifando vidas.
Alerta — Neste final de ano, as autoridades em Saúde têm orientado que a população esteja ainda mais atenta às medidas protetivas e evite aglomerações para conter a proliferação da doença. Atualmente, no Brasil, a taxa de transmissibilidade do vírus é de 1.3, o que significa que, a cada 100 pessoas que se contaminam, 130 são contaminadas por elas.
— O Natal mais importante da história foi uma reunião simples. É preciso entender que estamos vivendo um momento extremamente perigoso, de chegar ao ponto de você, que tem recursos, entrar na fila para aguardar vagas para UTI. Vamos fazer um Natal e uma passagem de ano diferentes, com chamadas de vídeo e comemorações a distância porque, senão, o pior mês da pandemia será janeiro de 2021 — alertou Geraldo Venâncio.

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