O usuário e o profissional de transporte de passageiros por aplicativo irão contar a partir do próximo dia 4 com uma nova alternativa que promete revolucionar o setor em Campos. Elaborado por alunos da empresa junior Estratégia, da Universidade Federal Fluminense (UFF), o projeto que deu origem ao Alfa Revés, que engloba também motoristas de táxi interessados e define a criação mecanismos de receitas a fim de viabilizar economicamente a nova opção de transporte a um custo mais acessível.
A Estratégia é uma empresa de consultoria que atende as demandas de comerciantes que buscam nossos conhecimentos onde despontam a eficiência de gestão e redução de custos.
— Em conversa estes profissionais de transporte por aplicativo constatamos um enorme desequilíbrio onde estas empresas como a Uber e a 99 fixam uma taxa muito baixa para o passageiro, mas ficam com uma margem de lucro maior do que a do motorista, sem arcar com custos operacionais — disse Wanderson Carlos Oliveira, ex-presidente da empresa junior.
Wanderson frisou que, numa corrida ao custo de dez reais, o motorista fica apenas com quatro ou cinco reais, tendo que arcar com custo de combustível, borracharia e manutenção. “No fim das contas, ele leva para casa uma importância irrisória durante um dia de trabalho São grandes empresas que formam um oligopólio neste mercado e levam milhões do país lá para fora, sugando de nós um dinheiro que não circula aqui. Vamos inverter esta lógica”, acrescentou.
Sob coordenação do professor do Departamento de Economia do polo campista da UFF, Samuel Alex Campos, os profissionais da empresa Junior buscaram logo realizar um estudo de mercado e viabilidade econômica da atividade, com serviços a um preço competitivo, mas em condições vantajosas para o passageiro e o motorista.
Além de tudo, o projeto está também alicerçado numa plataforma funcional de máxima tecnologia, assinalou Wanderson. “Através desta plataforma vamos trazer parceiros como oficinas, lojas de peças, lava-jatos e postos de gasolina para divulgação de suas marcas que irão ganhar visibilidade nestas plataformas e fazer também parte desta engrenagem, oferecendo vantagens a estes clientes, passageiros e os proprietários dos veículos. Desta forma vamos tornar possíveis preços competitivos na concorrência com as demais forças que estão do mercado”, disse.
A proposta, ainda de acordo com Wanderson, é “fazer uma estrutura mais enxuta e com menos custo para possibilitarmos um preço mais competitivo, também por um programa de fidelidade com benefícios ao usuário, através do Alfa Pontos”.
Pesquisa mostra baixo ganho de motorista
Levantamento recente de pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) apontou que os motoristas de Uber recebem menos do que o salário mínimo local em seis cidades australianas pesquisadas. E mais: é por isso que o serviço de transporte privativo é barato. O estudo foi feito em cima dos gastos de seus veículos, tais como combustível, seguro, manutenção e reparos, para chegar assim à um lucro médio irrisório por hora trabalhada.
Profissional do ramo do transporte, Roberto Menezes reforça o discurso. “Precisamos botar o dinheiro pra circular aqui em nossa cidade. Chega de atravessadores que estão vendo o aumento do número de desempregados e se prevalecem de nossas necessidades. Esta engrenagem precisa funcionar a nosso favor com a reconfiguração do sistema”, afirmou.
