"Cabe à Justiça a decisão quanto ao futuro da cidade", afirma Caio Vianna
29/11/2020 21:46 - Atualizado em 30/11/2020 15:03
Caio Vianna chegando à casa onde acompanhou parte final da apuração
Caio Vianna chegando à casa onde acompanhou parte final da apuração / Foto: Genilson Pessanha
“Cabe à Justiça a decisão quanto ao futuro da cidade”, disse Caio na noite deste domingo (29), via assessoria de imprensa, após ter sido derrotado por Wladimir Garotinho (PSD) no segundo turno da eleição municipal de Campos. Ele agradeceu aos eleitores pelos 110.094 votos recebidos (47.60% dos válidos) e citou o fato de a vitória de Wladimir ainda não ter sido homologada pela Justiça. O crescimento de Caio de um turno para o outro foi de 41.362 votos em duas semanas, contra 14.648 a mais para o adversário. A diferença, que era de 37,8 mil, caiu para 11 mil, com proporção de crescimento de Caio de 2.82 votos para 1.
— Agradeço aos mais de 110.000 votos que recebemos na cidade de Campos. Agradeço pelo carinho e pela confiança da população. Agora, cabe à Justiça Eleitoral a decisão quanto ao futuro da nossa cidade. Como eu já havia dito durante a campanha, a decisão está sub judice. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda não reconheceu Wladimir Garotinho como prefeito eleito — declarou Caio Vianna. — Espero que em breve a cidade de Campos possa retomar o caminho do crescimento e, principalmente, a estabilidade política e jurídica. Um beijo no coração de todos — pontuou.
Eleito com 121.174 votos (52,40%), Wladimir Garotinho aguarda o julgamento no TSE, ainda sem data definida, da denúncia referente à perda do prazo de desincompatibilização dos cargos de diretor do Hospital dos Plantadores de Cana (HPC) e presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Hospitalares e Clínicas de Campos pelo vice de sua chapa, Frederico Paes (MDB).
Durante a apuração, Caio Vianna adotou uma postura moderada. Acompanhado pela noiva, Luana, ele chegou por volta das 18h30 à casa da família, onde há duas semanas havia comemorado a vaga conquistada no segundo turno e, neste domingo, acompanhou a parte final da apuração. Sem dar entrevista à imprensa em sua chegada, Caio citou apenas o equilíbrio nas urnas e que aguardaria a totalidade dos votos para se pronunciar. Àquela altura, com pouco mais de 80% dos divulgados, Wladimir Garotinho havia acabado de assumir a liderança para não mais perdê-la.
Entre os correligionários, o clima foi de tristeza pela derrota, com reações distintas. Alguns destacaram a reação no segundo turno, diminuindo consideravelmente a distância para Wladimir Garotinho em relação ao primeiro. Outros adotaram o discurso de que a eleição não terminou, tratando o julgamento do vice da chapa de Wladimir como uma espécie de terceiro turno. Entre abraços e conversas de consolo, o que se pôde perceber foi a natural decepção pela derrota nas urnas, mas a concordância de que Caio saiu do pleito maior do que havia entrado.
Na reta final da apuração, alguns apoiadores do pedetista já começavam a deixar o local. O número de pessoas na residência foi bem menor do que na comemoração do primeiro turno. Alguns eleitores de Wladimir, de forma isolada, passaram de carro pelo local para provocar quem estava no portão, usando buzinas e bandeiras do prefeito eleito, mas de forma pacífica.
Integrantes da assessoria de imprensa de Caio informaram que ele se pronunciaria apenas posteriormente. Horas depois, às 21h36, foi divulgada a nota em nome do candidato derrotado.
Pedetista estava confiante durante o dia
Caio Vianna votou no início da tarde em uma das sessões da Faculdade de Direito de Campos (FDC). Ao lado da noiva e do pai, o ex-prefeito Arnaldo Vianna (PDT), ele chegou ao local por volta das 12h45 e demonstrou confiança.
— Fizemos uma campanha bonita e propositiva, apresentamos propostas para solucionar os problemas que Campos tem enfrentado. O importante que tenho a dizer agora é que andamos pelas ruas e vemos o crescimento de nossa candidatura nesses últimos dias, daí nossa confiança na vitória — declarou.
Também foi comentado pelo candidato o imbróglio relacionado à candidatura do vice de Wladimir, Frederico Paes, que fez a chapa adversária ser eleita sub judice.
— Este tipo de situação só traz insegurança jurídica ao processo eleitoral, o que é ruim para Campos. O que eu posso garantir é que os votos de nossa candidatura são validados — disse Caio.
Arnaldo Vianna, por sua vez, criticou eventos de campanha de Wladimir Garotinho durante a pandemia da Covid-19.
— Como médico e cidadão, fico preocupado com a falta de cumprimento de medidas protocolares que coloca pessoas em risco com aquelas aglomerações. É preciso ter responsabilidade com isso — enfatizou.
Segundo o ex-prefeito, irregularidades foram notadas durante a campanha do prefeito eleito.
— A polícia já foi acionada várias vezes devido a práticas do nosso adversário, caracterizadas como compra de votos. É lamentável que isso continue a ocorrer em Campos — concluiu.
Genilson Pessanha

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