Medidas drásticas de isolamento não podem ser considerada exagerada ou histérica
26/03/2020 23:47 - Atualizado em 26/03/2020 23:50
Decisão “muito precoce”
Nenhuma das medidas drásticas de isolamento pode ser considerada exagerada ou histérica”. A afirmação é da psicóloga e pedagoga campista Claudya Ribeiro, de 51 anos, há 27 morando na Alemanha. No artigo “Covid 19 - um alarme exagerado?”, ela apresentou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a mortalidade pela doença no mundo (3,4%), na própria Alemanha (0,4%), que tem lidado bem no intuito de conter a pandemia, e na Itália (7,7%), país mais afetado pela Covid-19. E discordou da tese defendida por cientistas e médicos alemães, entre eles Wolfgang Wodarg e Sucharit Bhakdi, críticos a conhecimentos e medidas de cautela.
Vidas fazem diferença
A partir de números como o aumento de cerca de 20% no número de mortes diárias na Itália em 18 de março, com 475 vítimas do coronavírus em 24 horas, Claudya defendeu que a “tese do exagero e pânico” não pode ser confirmada. “Consideremos que na Alemanha morrem normalmente 2500 pessoas por dia. (...) Acontece um ataque a tiros numa escola e morrem 10 pessoas a mais. Pode-se argumentar que estas 10 pessoas não fazem diferença? (...) É claro que não! Da mesma forma que não é aceitável o impedimento de medidas de precaução para salvarmos nosso sistema de saúde”, disse: “Trata-se de saúde humana. E essa não tem preço”.
 
 
Saúde pública primeiro
O artigo completo de Claudya Ribeiro pode ser lido no blog “Opiniões”, do diretor de redação da Folha da Manhã, Aluysio Abreu Barbosa, onde também há uma opinião crítica de Claudya à intenção do presidente Jair Bolsonaro de flexibilizar o isolamento da população brasileira, contrariando as recomendações da OMS. “A realidade econômica é importante, mas não mais que a realidade social da saúde pública”, enfatizou a psicóloga e pedagoga, que na Alemanha trabalha para o ministério da Educação e Cultura, em Stuttgart.
Witzel cobra
A cobrança de respostas também foi a tônica adotada pelo governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em relação ao governo federal. Segundo Witzel, se a União não anunciar ações concretas para ajudar a economia estadual, terão de ser revistas medidas restritivas adotadas até agora. Coincidência ou não, no mesmo dia dessa cobrança, não houve nem sinal do hospital de campanha do Governo do Estado, que foi anunciado para começar a ser montado ontem, na 28 de Março, em Campos.
Prazos
O governador e o secretário estadual de Saúde, Edmar Santos, por meio da assessoria, informaram que só se manifestariam sobre o assunto depois. Ao que parece, será depois da resposta da União. A pressão para que o governo federal tome providências pode até ter efeito prático, mas pelo posicionamento que Bolsonaro vem adotando, contra o isolamento social, pode não ter nenhuma prática. Na prática mesmo, poderá sofrer a população de Campos e toda região, caso o governo estadual recue da importante medida, reforçando o número de leitos e respiradores mecânicos para o Norte Fluminense.
Eleições
Enquanto quem tem mandato eletivo está focado nas ações de combate à Covid-19, quem não tem, mas pretende conquistá-lo nas urnas de outubro pode se dedicar integralmente à política. Neste sentido, Caio Vianna (PDT), pré-candidato a prefeito de Campos, tem aproveitado para fazer seu dever de casa. No dia 24, ele filiou ao PDT o vereador Ivan Machado (ex-PTB), pré-candidato à reeleição. E ontem formalizou a entrada em seu partido da ex-candidata a prefeita Odete Rocha (ex-PCdoB), outra pré-candidata a vereadora.
Nominata
Em entrevista à Folha publicada no último domingo (22), Caio disse: “Muito mais importante ou tão importante quanto a eleição do próximo prefeito, será a eleição da Câmara de Vereadores”. Sem a força do mandato de outros pré-candidatos a prefeito, como o atual, Rafael Diniz (Cidadania), o deputado federal Wladimir Garotinho (PSD), ou o deputado estadual Gil Vianna (PSL), o pedetista trabalha no reforço da nominata do seu partido para disputar eleição municipal brasileira sem coligações proporcionais. O retorno de Ivan ao partido já tinha sido antecipado à Folha pelo próprio vereador no mês passado.

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