Após racha na Câmara, orçamento de 2020 votado nesta sexta
Aldir Sales 19/12/2019 20:45 - Atualizado em 08/01/2020 14:12
Genilson Pessanha
A semana marcada pela oficialização do racha na base governista na Câmara Municipal termina nesta sexta-feira, mas as polêmicas entre Executivo e Legislativo estão longe de acabar. Os vereadores votam, a partir das 9h30, em sessão extraordinária, o orçamento de Campos para 2020. A Prefeitura previa, inicialmente, arrecadar R$ 1,985 bilhão no próximo ano, porém, com a queda dos repasses da produção de petróleo o prefeito Rafael Diniz (Cidadania) pediu de volta a peça que estava tramitando no Legislativo e devolveu o documento com uma previsão revisada de R$ 1.887 bilhão, uma queda de R$ 98 milhões.
No entanto, além dos números em queda, a divisão no Legislativo pode gerar outra medida preocupante para o governo: o engessamento do orçamento de 2020, com um percentual de remanejamento para o prefeito de apenas 10%.
As tensões na Câmara vieram à tona com as reações aos oito projetos do plano de contingenciamento do governo. Todas as propostas da Prefeitura foram reprovadas na Casa de Leis nesta semana, graças a formação do G8 – grupo de oito vereadores dissidentes da base governista. Entretanto, a coisa começou em outubro. Foi quando, na primeira peça orçamentária para 2020 mandada pelo Executivo, 11 vereadores assinaram uma proposta de emenda que tenta engessar a capacidade de remanejamento do governo em 10% do valor total — ou R$ 1,88 milhão, de acordo com o novo orçamento, enviado no último dia 10 de dezembro pela Prefeitura. Nos três primeiros anos da gestão Rafael, este percentual foi de 30%. E era de 50% nas administrações da ex-prefeita Rosinha Garotinho (Patri).
Apontado como articulador do racha na base, o vereador Igor Pereira (PSB) negou que tenha intenção de ser vice em alguma chapa contrária a Rafael em 2020, mas não parece disposto a mudar seu posicionamento: “Não vou votar contra o servidor. Falo por mim e pelos vereado-res Neném (PTB), Joilza (PSD), Paulo Arantes (PSDB), Silvinho (Patri), Ivan Machado (PTB), Enock (PHS) e Perfil (PHS). Quanto a limitar o remanejamento do Orçamento em 10%, isso não é engessar o governo. Se precisar de 30%, que passe pela Câmara e a gente discute jun-to”. Não importa se Rosinha tinha 50%. Isso já passou. Rafael tem que entender que estamos do mesmo lado. A vida é feita de escolhas. Se entender que não estamos do mesmo lado, a escolha é dele”. 

ÚLTIMAS NOTÍCIAS