Para manter a tradição
27/12/2019 20:58 - Atualizado em 08/01/2020 13:59
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clima já é de contagem regressiva em Campos para a festa de Santo Amaro. No distrito que leva o nome do santo, os preparativos foram iniciados com a elaboração da agenda, que será aberta no dia 05 de janeiro com a realização da Cavalgada, saindo bem cedo de Mussurepe com destino à praça do Santuário de Santo Amaro. A programação se estenderá até o dia 15 do mesmo mês.
No dia 06, será aberto o novenário, simbolizando o início da programação religiosa. Até o dia 14, serão celebradas missas às 19h. No dia 15, missas a partir das 3h, recebendo os peregrinos que percorrem a pé o Caminho de Santo Amaro. Outros horários de missas serão 5h, 7h, 9h e 11h, esta presidida pelo bispo titular da Diocese de Campos, Dom Roberto Francisco Ferreria Paz. Para a tarde estão previstos desfile de bandeiras, Cavalhada e procissão.
Todos os anos, uma multidão de devotos alimenta a tradição católica de visitar a igreja para pagar promessas. Mais uma vez, deve ser grande a mobilização no Caminho de Santo Amaro, com milhares pessoas que promovem um ato de fé do Centro de Campos até o distrito, percorrendo a rodovia Campos-Farol, numa experiência com raízes históricas.
Ligado à preservação cultural do município, o jornalista Orávio de Campos Soares destacou a importância da festa de Santo Amaro. De origem lusa, o folguedo acontece desde 1730, Uma festa que alcançou projeção nacional. A cultura é alimentada com a Cavalhada, folguedo de origem lusa e que tem seu primeiro registro em Campos datado em 1730, tendo ocorrido no Solar do Colégio.
— Os festejos em louvor a Santo Amaro são os mais importantes para a regionalidade católica, principalmente da Baixada Campista. Um espaço por onde percorreram as missões jesuítas nos tempos da colonização. Santo Amaro consegue reunir em torno de seus milagres romeiros de todo país, e, nesse sentido, sua santificação se faz nacionalmente, inclusive no contexto das culturas populares, sendo a mais importante a encenação das Cavalhadas, retratando as lutas entre mouros e cristãos — pontuou Orávio.
Tradição familiar, a Cavalhada de Santo Amaro guarda em sua história a presença e o envolvimento das famílias, desde a preparação até o dia do espetáculo. Detalhes observados pela pesquisadora e escritora Gisele da Silva Gonçalves, autora do livro “Cavalhada de Santo Amaro: uma cultura viva na Baixada Campista”.
— Além dos cavaleiros, a Cavalhada conta com a participação de várias pessoas da comunidade, como por exemplo as que confeccionam as vestes. Por isso, não tem como deixar de falar da rainha da Cavalhada de Santo Amaro, conhecida como Dona Conceição. Ela, por anos, convencionou as vestes com muito primor. O trabalho com as vestes preserva uma riqueza de detalhes no qual emergem tradições muito peculiares da nossa Baixada Campista — enfatizou Gisele. (M.B.) (A.N.)

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