Crítica de cinema - Genérico...
- Atualizado em 07/12/2018 18:20
(O Chamado do Mal) -
O terror é um gênero que sempre atrai o grande público, mas com o tempo e o infindável número de filmes lançados, o gênero foi se esgotando. Certamente é o gênero que mais sofreu com o excesso de lançamentos no mercado. Nos últimos anos o cinema americano vem fazendo um resgate em um movimento que vem sendo chamado de “pós-terror”. São filmes com um aspecto artístico mais elaborado, com filmes mais focados na construção narrativa e da ambientação do que na preocupação de causar susto fácil no espectador.
Eis que chega aos cinemas “O chamado do mal”, um filme que vai na contra mão de tudo que vem sendo realizado e abusa de todos os clichês do terror da forma mais rasa possível.
Na trama, um professor universitário e sua esposa grávida chegam a uma nova cidade, em uma enorme e linda casa e encontram um presente de boas vindas. Se trata de uma caixa da fertilidade, que basicamente seria uma caixa que não abre, mas a mulher consegue abrir a caixa e liberta uma entidade maligna que vai assombrar o casal.
Partindo dessa premissa que mistura o mito da caixa de Pandora com elementos de diversos outros filmes de terror, o filme escrito e dirigido por Michael Winnick, (um diretor que tem a carreira pautada por filmes genéricos e que aqui não foge à regra), abusa das convenções do gênero de forma muito pouco inspirada. A história não traz nada de interessante que prenda o espectador, soando confusa em diversos momentos, não há muita explicação.
Personagens são inseridos na trama, indicando principalmente uma tensão sexual que nunca se concretiza ou justifica, tensão que como esses personagens, são descartados sem acrescentar nada a narrativa. Parecem ter sido inseridos com a desculpa de provocar cenas tensas que causem sustos ao espectador, mas essas cenas nunca funcionam, muito pela direção burocrática e pouco criativa de Winnick, que parece não entender muito do gênero.
Seus enquadramentos tornam tudo muito previsível. Você sabe de onde o susto vem. Não existe construção de clima, de ambientação da casa, elementos tão importantes em obras desse tipo, simplesmente não são trabalhados. As manifestações físicas da entidade, além de raras, nunca causam impacto, os efeitos são ruins, a maquiagem não convence. Nesse aspecto o filme soa quase amador. Uma produção que tem na provocação do susto quase que a justificativa de existir, precisa no mínimo convencer nesse quesito.
O elenco conta com nomes pouco conhecidos, e se não prejudica, também não tem muito como se destacar com material base tão pobre. Em seu último ato, o longa parte para tentar dar algumas explicações, que ao final soam mais como justificativas para os acontecimentos do desfecho anticlimático e ainda deixa um pequeno gancho para uma improvável continuação, mais um clichê do gênero.
“O chamado do mal” é um filme que traz o que de pior o gênero do terror tem a oferecer. É daqueles filmes que não duram um dia na lembrança e certamente com o tempo, vai se confundir com tantos outros filmes que tanto contribuíram para o desgaste do gênero.

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