RioAgro Coop planta crescimento
18/05/2019 17:43 - Atualizado em 27/05/2019 10:51
Frederico Paes e Vinícius Mesquita debatem a organização do evento sobre o setor sucroalcooleiro da região
Frederico Paes e Vinícius Mesquita debatem a organização do evento sobre o setor sucroalcooleiro da região / Divulgação
O RioAgro Coop vai transformar Campos em celeiro de ideias para a retomada do agronegócio fluminense, trazendo à cidade, na próxima quinta-feira (23), o governador Wilson Witzel e secretários da área, além de palestras com técnicos, pesquisadores, gestores e autoridades públicas. Witzel fará a abertura da safra sucroalcooleira 2019-2020. O evento é realizado pelo sistema estadual da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB-RJ) em conjunto com a Cooperativa Agroindustrial do Estado do Rio de Janeiro (Coagro), com desenvolvimento e organização do Fatore e apoio do Grupo Folha.
— Estamos plantando sementes de um novo tempo para o produtor rural — assinala Frederico Paes, presidente da cooperativa agrícola Coagro, que opera uma usina de cana-de-açúcar em Sapucaia, um setor que envolve 10 mil pequenos proprietários e mais de 8 mil trabalhadores. — Quem planta colhe resultados; gera, na crise, oportunidades. Não podemos fazer de oportunidade uma crise. O Estado tem que voltar a crescer, e o agronegócio é uma vocação que precisa de apoio e união para ser resgatada. As cidades e o Estado têm que estar juntas e, por isso, o RioAgro Coop traz o governador para, com pesquisadores, técnicos, produtores, falar de retomada — pontua Frederico.
Presidente da OCB no Rio de Janeiro, Vinícius Mesquita destaca que “o agro é coop, é fruto de cooperação, e pode expandir a economia do Rio”. De acordo com ele, a entidade tem se reunido com parlamentares, prefeitos e membros do Governo do Estado para apoiar a organização de empreendedores por cooperativas. “Esse modelo traz resultados, e na agricultura não é diferente, com mais de 1 milhão de cooperados gerando 48% dos alimentos produzidos no Brasil”, destaca Mesquita.
Wilson Witzel trará parte do seu estafe para participar do RioAgro Coop, como o secretário estadual de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Eduardo Lopes; seu subsecretário adjunto de Agricultura Familiar, Adriano Lopes; a secretária estadual de Ambiente e Sustentabilidade, Ana Lúcia Santoro; e a subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade, Renata Bley. “O agronegócio e a força da associação em cooperativas são elos que podem fortalecer a economia”, diz o jornalista Sérgio Cunha, diretor do Fatore.
O RioAgro Coop vai contar com nomes para falar de pontos comuns a todo agronegócio organizado coletivamente em cooperativas. Uma discussão que permeia toda a atividade é a nova classificação do regime climático da região para semiárido, que será abordada no evento com painel envolvendo o secretário estadual Eduardo Lopes, o pesquisador e professor José Carlos Mendonça, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), e o deputado federal Wladimir Garotinho.
No RioAgro Coop, será apresentada ainda a aprovação de convênio TRABBIO, envolvendo Pesagro-Rio, Embrapa, UFRRJ, Coagro, com financiamento de 3 milhões de euros do Ministério da Pesquisa e Educação da Alemanha e de empresas privadas, para estudo do aproveitamento da biomassa da cana como biocoque, que pode ser usado em indústrias primárias, como do aço ou para melhoramento do solo.
Palestras terão destaque ao longo do dia
O evento vai ser instalado às 9h30, com o painel “A integração entre Consórcio de Municípios, Estado e Produtores na retomada do Agronegócio Fluminense”, por Frederico Paes, presidente da Coagro, e Vinicius Vianna, secretário executivo do Consórcio Público Intermunicipal de Desenvolvimento do Norte e Noroeste Fluminense (CIDENNF). Às 11h, o governador Wilson Witzel fará a abertura da safra sucroalcooleira, com formação da mesa oficial do RioAgro Coop.
Às 12h, palestra “Programa Mais Cooperativismo: desafios e oportunidades”, com Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB. Às 12h30, “Agricultura familiar e a expansão da fronteira rural do estado do Rio”, com Alberto Figueiredo, diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), e Adriano Lopes, subsecretário adjunto de Agricultura Familiar do estado do Rio de Janeiro.
Às 14h30, “Portal Cooperativas nas Compras Públicas: oportunidades para o Rio de Janeiro”, com Leonardo Reis, analista de Relações Institucionais da OCB Brasil. Às 15h, “Gargalos e soluções para a bacia leiteira fluminense”, com Silvio Marini, presidente da Cooperativa Regional Agropecuária de Macuco.
Às 15h30, painel sobre semiárido, com o secretário estadual de Agricultura, Eduardo Lopes, o professor José Carlos Mendonça (Uenf) e o deputado federal Wladimir Garotinho. Às 16h, “Riscos e oportunidades para o cooperativismo agro na economia 4.0”, com Abdul Nasser, superintendente do SESCOOP/RJ.
Às 16h30, palestra “Uso racional de recursos hídricos na irrigação e benefícios ao agronegócio”, com Renata Bley, subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade do estado do Rio de Janeiro, e o professor João Siqueira (da Uenf), presidente do Comitê do Baixo Paraíba.
Estudo para embasar pedido de mudança
Segundo o pesquisador José Carlos Mendonça, coordenador de Agrometeorologia da Uenf, que participará de painel sobre o tema no RioAgro Coop, o Norte do Estado do Rio de Janeiro tem de seis a oito meses de regime semiárido, com restrição severa de chuvas e déficit pluviométrico de 30% a 40% anual, prejudicando o agronegócio regional.
No dia 2 de abril a ministra da Agricultura, Tereza Cristina sugeriu a Frederico Paes e ao presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa, a realização de um estudo de zoneamento, que está sendo gestado entre a Uenf, a Universidade Federal Rural do Rio e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para embasar a solicitação da mudança de classificação climática, que conta com projeto de lei apresentado pelo deputado federal Wladimir Garotinho.
— Estamos trabalhando com dados da Uenf que demonstram, com série histórica de décadas, que temos um clima similar ao de algumas regiões do Nordeste brasileiro. Com uma nova classificação para o semiárido, o produtor vai poder ter acesso a financiamentos para irrigação com juros bem menores — diz Wladimir. (A.N.)

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