Bispo de Niterói realiza palestra em Itaperuna
18/05/2019 16:34 - Atualizado em 26/05/2019 11:24
Genilson Pessanha
No dia 1° de junho, o Bispo Auxiliar de Niterói, Dom Luiz Antônio Lopes Ricci fará palestra sobre políticas públicas de saúde em defesa da vida e da dignidade humana, no Salão da Paróquia São José do Avahi, em Itaperuna.
Após a palestra será realizada um tarde de autógrafos do livro “A Morte Social: Mistanásia e Bioética”. O evento é uma realização da Pastoral da Comunicação com a Pastoral da Saúde da Diocese de Campos e faz parte do Projeto Comunicação & Sociedade.
— Debater a temática políticas públicas é colocar em destaque outras situações sociais que precisam ser avaliadas em debate nesse tempo de muitos problemas sociais que afetam a vida e a dignidade humana. O Projeto tem como importância rever esses problemas e conscientizar a sociedade desses agravantes que remetem a uma ação governamental, mas que cada um faça sua parte para diminuir tantas situações contra a vida e a dignidade da pessoa humana — afirmou padre Maxiliano Barreto, coordenador da Pastoral da Comunicação da Diocese de Campos.
Dom Luiz Antônio assegura que a Igreja Católica se volta para situações existenciais do povo brasileiro. “Nesta fase, a Igreja tem contribuído ao evidenciar situações que causam sofrimento e morte em meio ao povo brasileiro, nem sempre percebidas por todos. Estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja, para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais de fraternidade. Políticas Públicas, como resolução de problemas urgentes e persistentes são as ações do Estado ou do Governo na solicitude para com os mais necessitados. Tornam-se para todos os cidadãos expressão do Direito e da Justiça”, acrescentou.
Dom Luiz explica que a Mistanásia, neologismo cunhado em 1989, por Márcio Fabri dos Anjos, teólogo bioeticista, para designar a morte precoce e evitável, miserável e infeliz, antes da hora. Trata-se de um final de vida injusto. Ao fazer uma contraposição entre eutanásia e mistanásia, ele afirma, categoricamente, em seu texto referencial que tanto o viver quanto o morrer devem ser revestidos de dignidade. Não se trata de matar, ajudar ou deixar morrer, mas de morte antecipada e totalmente precoce (“anacrotanásia”) por causas previsíveis e preveníveis, mortes escondidas e não valorizadas.
— A mistanásia é geralmente a morte do pobre, resultado de uma vida precária e com pouca ou nenhuma qualidade. É uma morte indireta, causada pelo abandono, omissão ou negligência social e também pessoal. Por essa razão conceituamos como “Morte Social”. O desvelamento da morte silenciosa também é um modo de se atribuir justiça às suas vítimas, insistindo no argumento da responsabilidade moral pela vida confiada: a morte mistanásica “do outro” é sempre um evento “dos outros”; implica não deixar morrer. Mistanásia é um conceito de grande poder provocatório e convocatório, sobretudo no campo ético-moral, justamente por ser capaz de deslocar o foco ao situar a morte precoce na esfera do “mal evitável” — acrescentou. (A.N.)

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