Casuarinas geram mais polêmicas
Mário Sérgio Junior 06/09/2017 09:31 - Atualizado em 08/09/2017 15:56
  • Restos de casuarinas removidas

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Apesar da Prefeitura de São João da Barra ter informado, nesta terça-feira (5), que a remoção das casuarinas por parte da Prefeitura é inverídica, os comentários em relação ao desmatamento são vários como mostra o blog Opiniões, do jornalista Aluysio Abreu Barbosa e hospedado na Folha 1. Nas redes sociais, o assunto também gerou polêmica. Na última segunda-feira, imagens flagraram máquinas removendo casuarinas na praia de Atafona, em São João da Barra, onde é realizado um trabalho de remoção de areia para desobstrução da avenida Atlântica.
Denunciada pelos flagrantes fotográficos, a ação do governo sanjoanense foi condenada tanto pelo ambientalista e historiador Aristides Soffiati, quanto pelo advogado Geraldo Machado, um dos líderes do movimento SOS Atafona, que tem cobrado do poder público ações contra o avanço do mar e das dunas na praia sanjoanense: “Lamentamos mais essa agressão à natureza, gratuitamente levada a caso, não se sabe por ordem de quem, ou em atendimento de que interesse. Dizer-se que as árvores estavam fracas, não se aceita, porque é inverídica a tal versão; se é que alguém teve a coragen de isso afirmar. As casuarianas serviam de sombra e proteção natural contra o excesso de areia e sedimentos violentamente trazidos pelo forte vento nordeste, sobretudo nos meses de agosto a outubro. Agora, o que fazer para repor a coisa ao estado anterior? Plantar vegetação rasteira, cuja manutenção exige frequente e forte fiscalização, que o poder público não exercita? A bola fica com a Prefeitura. Nós, sociedade civil, ficamos à espera de respostas objetivas e convincentes”, cobrou Geraldo.
Embora acredite que a casuarina não é a espécie vegetal ideal para ser plantada na faixa de areia de Atafona, no sentido de evitar ou retardar o avanço do ar, o professor Soffiati também condenou sua retirada pela ação do Meio Ambiente de SJB: “A casuarina é uma espécie australiana. Ela resiste aos fortes ventos, pois suas folhas têm formato de fios. São folhas filiformes. Se me perguntarem se a casuarina é a espécie ideal para nossas praias, responderei que não. Mas não terei o desplante de recomendar o corte raso delas sem um plano elaborado de revegetação com espécies nativas, assim como não cometerei o erro absurdo de apoiar a morte de um alemão que se diverte no mar por não ser estrangeiro. Há casos consumados de plantio de casuarinas em praias, além de outras espécies exóticas. Em resumo, creio ser condenável a destruição de casuarinas sem um plano bem fundamentado para a sua substituição”.
Nas redes sociais, a retirada das casuarinas causou revolta. No grupo “Lembranças de Atafona” várias foram as reações contra a ação do Meio Ambiente sanjoanse. “Devo classificar como: crime ambiental, descaso ou incompetência? Isso só vai agravar a desertificação da orla de Atafona”, avaliou Carlos Augusto Carvalho.
Edson Santos disse que “tirar as dunas, tudo bem. Agora tirar as casuarinas é sacanagem”. “Onde está o Ibama? A Areia, certo; casuarinas, é crime”, questionou Ginex Carvalho.
Cristina Botelho Godinho também se manifestou e relatou que próximo de sua casa foram mais de cinco casuarinas retiradas.
Em nota, a Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos informou que “quando o operador da máquina chegou para dar continuidade a etapa final do serviço de retirada da areia acumulada na avenida Atlântica e devolução na faixa da praia, encontrou a casuarina tombada pela ação do vento e o mesmo a empurrou para o lado, dando continuidade ao seu trabalho de forma segura. Essa e outras casuarinas que caíram anteriormente estavam cercadas há anos por um grande volume de areia e junto à umidade em suas bases, se tornaram instáveis após a remoção da areia. Apesar de não serem árvores nativas, elas se aclimatizaram ao ambiente de praia, mas devido às condições ambientais existentes no local, suas estruturas não resistiram aos ventos fortes.

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