Trump diz que não irá revelar planos militares dos EUA, mas que 'irá atacar'
22/08/2017 15:51 - Atualizado em 28/08/2017 14:25
Donal Trump
Donal Trump / Divulgação
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que não irá mais revelar detalhes de planos militares do país. Durante um pronunciamento feito na noite dessa segunda-feira (21), em Fort Myer, Virginia, ele afirmou que “não diremos quando iremos atacar, mas atacaremos”. Mais cedo, emissoras de TV e agências de notícia afirmaram que o presidente anunciaria o envio de mais 4 mil soldados ao Afeganistão, mas ele não mencionou números.
Trump afirmou que sua nova estratégia inclui não anunciar números e planos militares, incluindo em relação ao Paquistão. Ele disse ainda que seu primeiro instinto foi retirar as tropas americanas do país, mas avaliou que “as ameaças à segurança que enfrentamos no Afeganistão e na região são imensas”. Além disso, argumentou que uma retirada rápida seria “previsível e inaceitável” e criaria um vácuo que seria preenchido por militantes, a exemplo do que aconteceu no Iraque com o Estado Islâmico.
Trump disse também que “o povo americano está cansado de guerra sem vitória” e enviou uma mensagem ao Paquistão, a quem acusou de oferecer abrigo seguro a “agentes do caos, violência e terror” com frequência. Segundo ele o país “tem muito a ganhar” caso se torne um parceiro dos esforços americanos no vizinho Afeganistão, e “muito a perder abrigando criminosos”.
“Nenhuma parceria pode sobreviver a um país abrigando militantes. É hora de o Paquistão demonstrar comprometimento com civilização, ordem e paz”, afirmou, acrescentando que os EUA não podem mais ficar em silêncio em relação ao abrigo seguro que o país fornece a “organizações terroristas, ao Talibã e outros grupos que oferecem ameaças à região e além”.
Ainda sobre sua nova abordagem em relação ao Afeganistão, Trump disse que os Estados Unidos não irão mais tentar “construir países à sua imagem”, e que irão continuar oferecendo apoio ao governo afegão, mas que cabe à população do país assumir o controle sobre seu futuro.
“Não iremos construir países novamente, vamos matar terroristas”, afirmou. Ele disse também que os interesses dos EUA, tanto no Afeganistão quanto no Paquistão são claros, e envolvem impedir a criação de locais seguros para que terroristas ameacem a América. “E temos que evitar que armas nucleares e outros materiais terminem nas mãos dos terroristas”, acrescentou, ressaltando que Índia e Paquistão possuem dispositivos nucleares.
Ainda sem confirmar o envio de novas tropas, o presidente disse apenas que irá “expandir a autoridade das forças armadas americanas para mirar as redes terroristas e criminosas que plantam a violência e o caos no Afeganistão". Ele prometeu ainda maximizar sanções e outras ações financeiras e legais contra essas redes, para impedir que elas "exportem terror".
Apesar disso, não descartou completamente a possibilidade de um diálogo com representantes do Talibã. A ideia foi confirmada pelo secretário de Estado, Rex Tillerson, que declarou que os EUA "permanecem prontos a apoiar acordos de paz entre o governo afegão e o talibã sem pré-condições".
Mas todo este apoio, ressaltou Trump, exige um retorno. "Os Estados Unidos trabalharão com o governo afegão sempre que virmos determinação e avanços. Mas nosso compromisso não é ilimitado, e nosso apoio não é um cheque em branco. O povo americano espera ver reformas reais e resultados reais", advertiu.
Fonte: G1

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