A usina termelétrica GNA I, localizada no Porto do Açu, em São João da Barra, foi inaugurada oficialmente nesta quinta-feira (30), com as presenças do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e outras autoridades. Na cerimônia, o diretor-presidente da GNA, Bernardo Perseke, anunciou o início das obras da segunda termelétrica da GNA, que será a maior do país e terá a presença do presidente Jair Bolsonaro no lançamento da pedra fundamental, ainda sem data definida. Segundo Perseke, com a GNA II o Açu será o maior hub de gás e energia da América Latina. Já Albuquerque ressaltou que o país vive sua pior crise hídrica e energética da história, destacando que a GNA antecipou o início de operação em cinco meses para contribuir com a segurança energética do Sistema Interligado Nacional (SIN). Com capacidade instalada de 1.338,30 megawatts (MW), suficiente para fornecer energia a 6 milhões de residências, a GNA é a segunda maior termelétrica do Brasil e começou a operar comercialmente no último dia 16. Durante o evento, o ministério de Minas e Energia apresentou vídeos institucionais exaltando feitos de 1.000 dias do governo Bolsonaro.

Diretor-presidente da GNA, Bernardo Perseke relatou as dificuldades de andamento das obras em meio à pandemia e destacou o fato de que nunca foi registrado um acidente de trabalho que gerasse afastamento dos mais de 12 mil profissionais que passaram pelo projeto: “Colocar em prática um projeto como a GNA I, no tempo que fizemos, demandou intensa articulação nas esferas federal, estadual e municipal. Conseguimos estabelecer uma relação de confiança com vários agentes, que entenderam a importância deste projeto. Aproveito aqui também para anunciar o início das obras da GNA 2, que vai gerar 1.700 MW. As duas usinas, serão juntas, o maior complexo de gás da América Latina, suficiente para abastecer 14 milhões de residências”.

O ministro Bento Albuquerque destacou a importância de investimentos em outras fontes de energia para que o país não volte a passar momentos de dificuldades, como o atual, devido à crise hídrica. “Aqui em São João da Barra está o exemplo de como o trabalho, a confiança e a força desses agentes têm trazido resultados para transformar o nosso país em um lugar cada dia melhor para todos os brasileiros”, afirmou.

O governador Cláudio Castro falou sobre o potencial do Estado do Rio de Janeiro e a importância dos investimentos que estão acontecendo, apontando o Porto do Açu como o principal empreendimento privado do país, colocando o Rio de Janeiro como protagonista em logística, além de ter um papel ainda mais importante nas exportações. “Hoje é um dia de muita alegria. Já é possível enxergar claramente a recuperação de nosso estado, e a inauguração da GNA é mais uma prova de que o Rio de Janeiro está saindo desse momento difícil. Este empreendimento já é um dos maiores do país e um orgulho para o estado”.

A prefeita Carla Machado (PP) salientou o empreendimento já foi inaugurado com relevante papel no fornecimento de energia nacional “Hoje vão sair de São João da Barra 7% da energia do país, uma grande contribuição para a questão energética, podendo contar com tecnologia avançada, energia segura e respeito ao meio ambiente. Temos que agradecer aos empreendedores que acreditaram no potencial do nosso município desde o início. Estivemos aqui lançando a pedra fundamental e hoje estamos vendo que a cada dia esse empreendimento evolui, gerando empregos, renda e agora energia”.

A bancada fluminense no Congresso Nacional esteve representada na inauguração. Participaram do evento os deputados federais Christino Áureo (PP), Clarissa Garotinho (Pros), Felício Laterça (PSL), Júlio Lopes (PP), Paulo Ganime (Novo) e Soraya Santos (PL), além dos senadores Carlos Portinho (PL) e Flávio Bolsonaro (Patriota). Coube à Clarissa falar pela bancada:

— Hoje, estamos aqui diante da segunda maior usina termoelétrica do país, atendendo a quase 6 milhões de residências. Entendemos que esses investimentos são fundamentais para diversificar nossa matriz energética. O Brasil, durante muitas décadas, apostou nas hidrelétricas e, hoje, diante do baixo nível dos reservatórios, a gente vê um grande desafio para o país. Essa diversificação é fundamental.

Operação e perspectivas de mais investimentos 

A GNA concluiu a emissão de debêntures de infraestrutura, destinada à operação de refinanciamento da UTE GNA I, no valor de R$ 1,8 bilhão. A transação foi inédita no mercado de capitais por vários aspectos, com destaque para atuação do BNDES, pela primeira vez, como investidor e estruturador de uma operação desta natureza.

No último dia 20, quatro dias após entrar em operação comercial, a usina precisou ser desligada depois de apresentar problemas técnicos com riscos para o sistema de fornecimento de gás, mas voltou a funcionar normalmente no dia 22 e opera à plena carga. 

Além da UTE GNA I, a GNA irá construir a UTE GNA II, com 1.672 MW de capacidade instalada, suficiente para fornecer energia para 14 milhões de residências. Com 3GW de energia assegurados em contratos de longo prazo e 3,4 GW adicionais de expansão licenciada através dos projetos GNA III e GNA IV, o Complexo de 6,4 GW é o maior da América Latina e inclui um terminal para movimentação de Gás Natural Liquefeito (GNL) onde está atracada a FSRU BW MAGNA, com capacidade para armazenar e regaseificar até 28 milhões de m³/dia.

A localização estratégica do Porto do Açu, próximo aos campos produtores de gás offshore, à malha de gasodutos terrestres e ao circuito de transmissão 500 kV de energia possibilitará a expansão do hub de gás e energia a partir do recebimento, processamento e transporte do gás natural associado e da integração entre o setor de gás com setores elétrico e industrial, desempenhando papel relevante e estratégico no desenvolvimento socioeconômico do País nos próximos anos. O investimento total planejado para o complexo de gás e energia da GNA é de cerca de USD 5 bilhões.