Fábio Ribeiro: Limites na política
- Atualizado em 29/09/2021 10:53
Fábio Ribeiro, presidente da Câmara de Campos
Fábio Ribeiro, presidente da Câmara de Campos / Divulgação
Uma das questões mais difíceis para a política está no traçado de seus limites. Talvez em nenhuma outra área do que vivenciamos a relação entre teoria e prática se faz de modo tão convizinho, mas também tão tenso, como na política. Pensar e refletir sobre a política não é um ato simplesmente racional, é antes, o primeiro ato político. E no exato momento em que se pensa se abre a possibilidade da divergência. Pensamos e agimos em grupo uns com os outros, mas também pensamos e agimos uns contra os outros, pois temos visões de mundo distintas, valores dissemelhantes, interesses conflitantes e precisamos resolver nossas diferenças.
O limite que distingue entre o legítimo e o ilegítimo, entre o que é política e o que não é mais política, um limite que costuma, e muito, variar, conforme, justamente, a compreensão que temos da política é quando somos tomados por sentimentos que nos impossibilitam de discorrer da razão ou quando conseguimos refletir com uma frieza que nos faz planejar milimetricamente o que queremos dizer ou fazer. Nos dois casos, até que a mente se sinta mais tranquila frente às circunstâncias ou arquitetar sobre o que nos causou raiva, indignação, medo e tristeza pode trazer consequências profusas. A prova disso foi a imoderação de um político local ao se referir com ofensas à família do prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho, menosprezando o gestor e atacando principalmente a moral da primeira-dama, Tassiana Oliveira.
As insinuações levianas a Tassiana resultaram em nota de repúdio da OAB Rio e Campos, OAB Mulher/Campos, movimentos feministas e mulheres que se sentiram ofendidas. A manifestação correta e admirável de apoio a Tassiana e repúdio ao flagrante machismo do imprudente político tomaram conta das redes socais.
Na noite de domingo (26), o agressor emitiu uma nota oficial tentando se desculpar, mas não com a sabedoria dos humildes e sim com a arrogância dos injustos, desta forma não logrou êxito. Finalizo com uma citação do professor Mário Sergio Cortella, “A atitude corajosa inclui a atitude de ser decente, de não fraturar a ética, de alcançar um patamar superior na carreira ou no patrimônio de maneira digna”. E você o que pensa sobre o limite na política?

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