Sintuperj faz ato e convoca mobilização
Paula Vigneron 06/07/2017 10:38 - Atualizado em 07/07/2017 13:12
Servidores se reúnem na UENF para debater
Servidores se reúnem na UENF para debater/Paulo Pinheiro
Membros do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj) se reuniram em um ato, na manhã desta quinta-feira (6), no prédio da reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Os sindicalistas destacaram a necessidade de participar do movimento de luta pela instituição, cujos trabalhadores estão há meses sem receber salário integral. Para ajudar os servidores, será iniciada uma campanha de doação de alimentos para distribuição de cestas básicas. A ação acontecerá em todo o estado. No interior, o polo de entrega e recebimento será a instituição de ensino superior.
Servidor técnico e dirigente sindical, Sérgio Dutra analisou a realidade pela qual passam os trabalhadores. Ele explicou aos presentes que a previsão para o acerto dos salários, feita pelo governo estadual, será a partir de setembro. Os gestores alegam que serão necessárias verbas federais para efetuar o pagamento aos trabalhadores. No entanto, até a normalização dos salários, haverá outras etapas: assinatura do acordo e espera de 45 a 60 dias para o repasse do dinheiro para o estado.
A situação dos servidores da educação foi pontuada por Sérgio como uma escolha do gestor do Rio de Janeiro porque a categoria não está incluída nas que possuem “poder de fogo contra o governo”.
— Quando a Polícia Civil faz greve, após alguns dias, há reunião de chefe de Estado com as lideranças da PC e aparece o dinheiro. Quando o agente penitenciário ameaça parar, aparece o dinheiro para pagá-lo. Quando a secretaria de Fazenda parou por três dias, rapidamente, chamaram as lideranças e apareceu o dinheiro para pagar os servidores lotados na Fazenda. É uma coisa muito estranha. Sempre tem dinheiro. Mas qual é o poder de fogo que a educação e saúde têm? O governo escolheu a educação superior e a saúde para sofrerem. Eu só vou confiar quando o dinheiro estiver na conta ou as verbas forem de Brasília para o Rio de Janeiro — afirmou Sérgio.
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A continuidade do funcionamento da Uenf foi explicada pela sindicalista Maristela de Lima Dias devido à permanência das atividades dos técnicos-administrativos, que são a base para a manutenção dos serviços da instituição:
— Sabemos da importância da universidade para a região e para nós, servidores. Sabemos que, se ela continua se mantendo entre as melhores do país, é porque os técnicos não pararam. Quem leva a empresa é a base, é o chão de fábrica. Nós, aqui, somos o chão de fábrica, os primeiros a serem sacrificados na crise e pelos governos.
Para auxiliar os funcionários da Uenf que passam por necessidades, o Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) está realizando uma campanha de doação de alimentos. Quem puder auxiliar deve comparecer ao prédio da reitoria da universidade, que será o polo de recebimento do interior do Estado do Rio de Janeiro, de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h. A doação de cestas básicas será feitas todas as sextas-feiras, a partir do dia 15 de julho, no mesmo horário.
— É uma medida que não nos traz orgulho, não nos agrada. Mas, diante da situação grave, não sobra outra saída para a gente. Hoje, o sindicalista está tendo que se preocupar não em lutar por direitos trabalhistas, garantias e melhorias. Nós estamos tendo que lutar por comida — lamentou Sérgio.

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