ABI pede apuração rigorosa e punição dos culpados pela morte do jornalista Luiz Carlos Gomes
15/08/2022 13:58 - Atualizado em 15/08/2022 14:12
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) reforçou, nesta segunda-feira (15), o pedido para que as investigações sobre o assassinato do jornalista e empresário Luiz Carlos Souza Gomes, de 60 anos, sejam rápidas, rigorosas e apontem não só os assassinos, mas, especialmente, os mandantes. A ABI reafirmou, ainda, sua preocupação com o crescimento da violência contra jornalistas, no seu exercício profissional.
O jornalista foi morto a tiros na noite dessa sexta-feira (12), na localidade de São Pedro do Paraíso, em Italva. Ele era proprietário do periódico Tempo News e também apresentava um programa de rádio na Rádio Oásis FM, no município do Noroeste Fluminense. Luiz Carlos e a esposa, Cristina Rios, que é secretária de Cultura de Italva, saíam de um evento. Eles já estavam no carro quando, segundo testemunhas, dois homens chegaram em um moto e atiraram no jornalista. Ainda de acordo com testemunhas, foram pelo menos 10 tiros. Cristina não ficou ferida. A Associação de Imprensa Campista (AIC) lamentou a morte, cobrou respostas e demonstrou preocupação com o aumento de casos de violências contra profissionais da comunicação.
Nas redes sociais, Cristina chegou a publicar uma mensagem na madrugada deste sábado (13), após ter mudado a sua foto do perfil para mensagem de luto: “Meu coração está doendo muito, com marcas que nunca cicatrizarão no meu coração! Meu Amor, descanse em paz”. 
Em seu perfil na redes sociais, no qual Luiz Carlos divulgava matérias da versão on-line do 'Tempo New', a última matéria publicada foi sobre um curso de qualificação para artesão de Italva e região. No seu último programa de rádio, nessa quinta-feira (11), além de um entrevista com a ex-prefeito de São João da Barra Carla Machado (PT), ele anunciou que seriam abordadas questões relacionadas ao caso dos “pagamentos secretos” da Ceperj.
A polícia ainda não divulgou as linhas de investigação do crime.
AIC lamenta morte e demonstra preocupação com a violência

“A Associação de Imprensa Campista lamenta, presta solidariedade à família e espera que a Justiça dê respostas para esse caso, como tantos outros”, resumiu o presidente da AIC, Wellington Cordeiro.

Ele ainda observou que, até o momento, não se tem informações sobre a linha de investigação, mas que a violência contra profissionais do jornalismo em todo o país registra alta:

— Os dados da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) estão aí justamente para apontar essa triste realidade. A gente se preocupa demais quando isso acaba chegando próximo. Esperamos que a polícia dê respostas, não só para que a família tenha um retorno, do que aconteceu realmente, mas, também, para toda a sociedade. Um crime contra um jornalista é um crime contra a democracia, principalmente se for comprovado que tenha sido uma execução por intolerância, por perseguição, algo que, infelizmente, tem ocorrido em vários municípios brasileiros.

Para Wellington, o desprezo pelos jornalistas demostrado pelo “poder federal”, encoraja que seus seguidores façam o mesmo. “Até mesmo por isso, tem esse crescimento na violência contra os jornalistas e muitas vezes acontece por questão de perseguição, para calar o profissional. Quando há um jornalismo investigativo, por exemplo, acaba se abrindo essas brechas para a violência. Quando você descobre casos de injustiças ou até criminais, o jornalista acaba sofrendo represália, no intuito de calar”.

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