Quem são os primeiros 3.163 beneficiados do programa social “Cartão Goitacá”, em Campos? A maioria vive na extrema pobreza, parda, com ensino fundamental completo, vive sem condições de moradias... As informações são do CadÚnico (do Governo Federal) de maio último, de onde foram pinçados os primeiros contemplados. O programa de transferência de renda municipal, no valor de R$ 200,00, foi lançado pelo prefeito Wladimir Garotinho e objetiva alcançar 10 mil famílias até o fim do ano. Os números dão conta que 3.078 famílias estão em situação de extrema pobreza com renda per capita de até R$ 105,00, dentro de um universo de até meio salário mínimo (R$ 606,00).

No caso do perfil das famílias de grupos específicos, elas são de catadores de material reciclável (102), de presos do sistema carcerário (30), pescadores artesanais (23), cigana (2), de comunidade de terreiro (1), ribeirinha (1), agricultura familiar (3), assentados (6) e do programa de crédito fundiário (4).
As mulheres são as principais beneficiadas (1.921), com idade entre 25 e 44 anos. Os homens são 1.873, na mesma faixa etária. Quando se trata das moradias dos beneficiados, são 2.006 famílias que vivem em moradias precárias e 1.158 com condições ideais.

Ao pegar o Estatuto da Igualdade Racial que define como “população negra o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas” esse universo de beneficiados chega a 77% (parda, 47% e preta,30%) e branca 23%.

Os contemplados são oriundos do Programa Auxílio Brasil (3.086), do Benefício de Prestação Continuada Idoso (3) e do benefício assistencial à pessoa com deficiência (8).

Pelos números oficiais, apresentados pelo governo Wladimir Garotinho, Campos tem hoje 20 mil famílias na extrema pobreza. De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento Humano e Social, Rodrigo Carvalho, a atual gestão encontrou uma rede de atenção social totalmente desestruturada, com políticas públicas paralisadas, equipamentos desestruturados e desassistência. O governo diz que assumiu o município com 45 mil pessoas na pobreza, das quais 20 mil famílias estão na extrema pobreza. A meta do governo é até o final do ano, reduzir em 50% a extrema pobreza, pelo menos, foi o que disse o prefeito no lançamento do Cartão Goitacá.

No último dia 31 de maio, Wladimir, no Palácio da Cultura, entregou os primeiros cartões e prometeu que até o fim do ano pretende aumentar esse número para 10 mil, o que significa 25% do percentual de pessoas que estão em situação de vulnerabilidade no município.

“A pandemia agravou a fome no Brasil e na cidade não é diferente. Nesta primeira fase, três mil famílias serão beneficiadas, e devemos atender até 10 mil famílias no final do ano. O programa é acompanhado pelo Conselho Municipal de Assistência Social e as listagens (dos contemplados) divulgadas no Portal da Transparência”, destaca.