Greve dos servidores entra no 2º dia com professora ocupando pátio da Prefeitura
Dora Paula Paes 18/05/2022 10:59 - Atualizado em 18/05/2022 18:10
A greve dos servidores municipais de Campos entrou nessa quarta-feira (18), em seu segundo dia. Profissionais da ativa e inativos de várias áreas da administração, junto com a direção doSindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos dos Goytacazes (Siprosep) seguem na frente da Prefeitura para que o governo Wladimir Garotinho atenda ao pedido de reposição salarial.O movimento  ainda não tem um percentual de adesão fechado, além disso, segue sem uma agenda de negociação.
Nessa manhã, também, a professora aposentadaLourdes Julião, 57 anos, decidiu ocupar a área do pátio interno do Complexo Administrativo José Alves de Azevedo (Cesec). "Só saio daqui de dentro com a reposição salarial. Ninguém coloca a mão em mim, não estou aqui para fazer baderna, nem quebrar nada, quero só o que nos é de direito", disse Lourdes do lado de dentro do portão.
A presidente do Siprosep, Elaine Leão, disse que ontem foram registrados assédios morais na área da Saúde, contudo, ela não especificou os locais."Os servidores da Saúde estão fazendo greve de ocupação nas unidades e respeitando o percentual da lei que é de 30% trabalhando e adesão está ocorrendo em forma de revezamento. Hoje, a Educação aumentou o número de escolas. As auxiliares de turma estão sofrendo muito, já que há tempo brigam por redução de horas trabalhadas, e elas também estariam ficando de fora do processo de vacinação contra a gripe, o que está fazendo a adesão aumentar", denuncia.
Sobre a Guarda Civil Municipal, Elaine disse que pararam no primeiro dia, mas por não terem o estatuto da guarda, o comando informou que eles não têm direito à greve. "Para essa questão, o Siprosep acionou a Central Sindical do Rio de Janeiro para virà Campos, porque enquanto não tem estatuto, enquanto não se adequa à Lei 3022, eles precisam não ter só ônus, mas bônus também", disse ela, ressaltando que até o momento não teve outra reunião com o governo para manter negociação, que a única foi realizada na segunda-feira (16).
A greve por tempo indeterminado começou na terça-feira (17), contudo, segundo a administração municipal, a adesão do primeiro dia não implicou a interrupção de serviços. O município de Campos tem em torno de 20 mil servidores, entre ativos e aposentados. O Siprosep diz que pelos números do Portal da Transparência, o município teria condições de reajustar salários em até 15%, mas que aceitam outro percentual.
Na reunião de segunda, entre os dados apresentados ao Siprosep, estão que o valor da folha de pagamento do mês de abril, incluindo servidores inativos e encargos é de R$ 93.527.231,79, e que os valores utilizados para a folha não podem ultrapassar a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e deve respeitar o TAG, que veda a partir de 2025 a utilização de royalties para pagamento de servidores.
— Neste sentido, qualquer discussão acerca de recomposição salarial, neste momento, deve-se ater às fontes próprias de arrecadação, não podendo, em hipótese alguma, condicionar aos cálculos a arrecadação dos recursos royalties, que é uma fonte variável — diz o secretário de Administração, Wainer Teixeira.
A Folha encaminhou demanda à Prefeitura para pedir informações sobre a denuncia de assédio aos profissionais na área da Saúde e por que os ajudantes de turma, na Educação, estão fora do plano de vacinação contra a gripe. Em nota, a pasta da Saúde respondeu. 
A Secretaria Municipal de Saúde esclarece que até o momento não foi procurada por nenhum servidor para relatar suposto assédio moral. A greve é um direito assegurado por lei, devendo os trabalhadores observar os requisitos necessários para manutenção dos serviços essenciais à população e manter a legalidade do movimento. A pasta repudia qualquer tipo de assédio moral e reafirma o compromisso do diálogo com os trabalhadores.

Com relação à vacina, a secretaria esclarece que a campanha de vacinação contra a Influenza (gripe) é realizada em etapas conforme determinação do Ministério da Saúde e disponibilização do imunizante. Inicialmente o cronograma contemplou os professores do ensino básico e superior, mediante apresentação de documento que comprove sua vinculação ativa como professor. A partir de segunda-feira (23) os demais profissionais da Educação poderão receber a vacina em outros postos, assim como já está sendo feita no polo de imunização da Secretaria Municipal de Educação, Ciência e Tecnologia (SEDUCT) e atende a rede própria e privada.

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