Líder da oposição na Câmara diz estar aberto ao diálogo, não a acordo com a base
27/04/2022 20:34 - Atualizado em 29/04/2022 14:41
A calmaria da sessão de terça-feira (26) na Câmara de Campos não se repetiu no encontro desta quarta-feira (27), mas nem de longe os embates no plenário lembraram as discussões que chegaram a suspender reuniões. Em uma pauta extensa, incluindo a aprovação unânime de um pedido de informações da oposição ao governo Wladimir Garotinho (sem partido) em relação à Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), o líder da oposição Marquinho Bacellar (SD) aproveitou para rebater declarações do presidente da Casa, Fábio Ribeiro (PSD), e descartar um acordo: “Estamos sempre abertos ao diálogo, não a acordo”.
Fábio, à Folha (aqui), disse nesta quarta que os processos administrativos que poderiam culminar na cassação dos 13 vereadores de oposição estão “trancados no armário”. Segundo ele, desde de 19 de abril, quando a sessão da Câmara foi suspensa para uma reunião interna entre os vereadores, existe a tentativa de um acordo entre as partes, para que a eleição da Mesa só aconteça no fim do ano, após as eleições gerais. Marquinho, que chegou a ser declarado eleito no dia 15 de fevereiro, em votação que posteriormente foi anulada pela atual Mesa, aguarda uma decisão judicial, em ação que tramita em segunda instancia, e pede a retomada da votação da Mesa para o próximo biênio do ponto em que parou, quando a sessão foi encerrada devido a um princípio de confusão no plenário.
— Fomos ali para trás os 25 vereadores, assim como fomos várias vezes, e vamos debater juntos o interesse da população. Conversa, estamos sempre abertos. Não eu apenas, mas todos nós do grupo independente ou da oposição. Estamos abertos ao diálogo, sim. Acordo, não. Acordo deixa muitas coisas em aberto... Tem acordo familiar, acordo financeiro, acordo de negócios... Eu não estou aberto a acordo. Estou aberto ao diálogo. Tenho minha posição firme, mas sempre aberta ao diálogo. Inclusive com o mimado do prefeito. Venha aqui para dialogar conosco — afirmou Marquinho.
Em outros momentos da sessão, governistas e oposição voltaram a se “bicar” por outros assuntos que estão em aberto desde a anulação da eleição para presidência. Um desses pontos é a ata de fevereiro que ainda não foi lida em plenário, como determina o regimento. A oposição tem cobrado a apresentação do documento.
Enquanto isso, os governistas lembraram do procedimento aberto internamente para apurar se houve falsificação de uma ata da sessão deste dia. A foto do documento começou a circular nos grupos de WhatsApp da oposição e, na ocasião, o Cartório do 1º Ofício de Campos confirmou à Câmara que houve o registro no local.
Durante a palavra livre, o vice-presidente Juninho Virgílio (União) questionou sobre quem teria feito essa suposta ata. Na sequência, o vereador Helinho Nahim (Agir) – integrante da oposição – confirmou a oposição fez uma versão da ata do dia 15 de fevereiro e registrou em cartório para se resguardar, mas que não houve falsificação porque não teve assinatura de nenhum funcionário do Legislativo.
— Qualquer um pode fazer uma ata. Nós fizemos uma para nos resguardar. Claro que tem o logotipo da Câmara, afinal de contas, somos vereadores. E foi um documento produzido pelos 13 vereadores da oposição. Quando envio um ofício, tem a marca da Câmara porque sou vereador. Mas não tem a assinatura de nenhum funcionário da Casa porque não existe falsificação — concluiu.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS