CPI da Covid aprova relatório que pede indiciamento de Bolsonaro e mais 78
26/10/2021 12:21 - Atualizado em 26/10/2021 20:30
Com sete votos favoráveis e quatro contrários, a CPI da Covid no Senado Federal aprovou, na noite desta terça-feira (26), o relatório final do senador Renando Calheiros (MDB-AL) que pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e outras 78 pessoas por crimes relacionados à condução do controle da pandemia no Brasil. O presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), disse que vai entregar o documento ao procurador-geral da República Augusto Aras nessa quarta (27). Ele é quem terá a tarefa de decidir se irá investigar ou não os acusados.
Renan Calheiros começou a leitura do relatório ainda pela manhã. O texto trouxe novidades ao documento protocolado na última semana. Entre elas, Renan incluiu o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), e o secretário de Saúde do estado, Marcellus Campelo, na lista de pedidos de indiciamentos. Mais cedo, Calheiros chegou a acatar o pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) para também indiciar Luis Carlos Heinze (PP-RS) – integrante da CPI – por disseminação de notícias falsas. No entanto, no início da noite, após conversas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o nome do gaúcho foi retirado.
Calheiros reforçou o pedido de indiciamento contra o presidente Jair Bolsonaro e incluiu novas informações, como a suspensão, por parte do Facebook e do YouTube, sobre uma transmissão ao vivo de Bolsonaro onde ele relacionou a vacinação contra Covid-19 ao HIV. A CPI pediu o indiciamento do presidente pelos crimes de prevaricação; charlatanismo; epidemia com resultado morte; infração a medidas sanitárias preventivas; emprego irregular de verba pública; incitação ao crime; falsificação de documentos particulares; crime de responsabilidade e crimes contra a humanidade.
Ao todo, o relatório aponta o cometimento de crimes de 78 pessoas e duas empresas, 16 a mais do que constava no relatório inicial apresentado na última semana. A relação traz ainda os nomes de seis ministros ou ex-ministros. São eles: Eduardo Pazuello, Marcelo Queiroga, Onix Lorenzoni, Ernesto Araújo, Wagner Rosário e Walter Braga Netto.
Também foram incluídos três filhos do presidente Jair Bolsonaro: o senador Flavio Bolsonaro (Patriota-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Renan sugere ainda o indiciamento dos deputados federais Bia Kicis (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Carlos Jordy (PSL-RJ), Osmar Terra (MDB-RS) e Ricardo Barros (PP-PR).
O relator também recomenda o indiciamento de integrantes do gabinete paralelo, como a oncologista da Nise Yamaguchi, e de pessoas suspeitas de disseminar fake news. Entre elas, os empresários Luciano Hang e Carlos Wizard, além do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS). (Confira todos os nomes ao final do texto)
Senador não será indiciado
O senador Luis Carlos Heinze ficou conhecido, ao longo da CPI, pela disseminação de dados imprecisos e falsos sobre a Covid e vacinas. Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE) tentou fazer o relator mudar de ideia sobre o indiciamento do colega de governista, mas não teve sucesso durante a amanhã.
— Essa CPI teve a coragem de pedir o indiciamento do presidente da República e do líder do governo. Não pode fechar os olhos com relação ao comportamento do seu colega parlamentar — afirmou Alessandro Vieira.
— Pela maneira como, apesar das advertências, o senador Heinze reincidiu aqui todos os dias, apresentando estudos falsos, logo negados pela ciência, e pela maneira como incitou o crime em todos os momentos, eu queria nesta última sessão, dar um presente a vossa excelência. Vossa excelência será o 81º primeiro indicado dessa CPI — disse Renan.
No entanto, a pedido do próprio Alessandro Vieira, o relator retirou o nome do senador Luis Carlos Heinze da lista de indiciados do relatório final da Comissão. "Não se gasta vela boa com defunto ruim. Essa CPI prestou um serviço para este Brasil muitíssimo relevante, e eu não posso, a esta altura, colocar em risco nenhum pedaço desse serviço por conta de mais um parlamentar irresponsável", declarou Alessandro.
Novo capítulo
Ao finalizar a leitura do relatório, Renan Calheiros incluiu novo capítulo sobre política externa do governo federal em pandemias, aprofundou os capítulos sobre a crise do Amazonas e sobre a população negra e sugeriu medidas para aumentar a transparência. O relator destacou ainda que a atuação da CPI deixou um legado antes mesmo de seu fim e citou a abertura de investigações no Ministério Público, no TCU, na CGU, na Anvisa e em outros órgãos sobre casos apontados pelo colegiado. Renan também agradeceu a participação dos internautas na checagem de números, na formulação de perguntas e no apontamento de contradições de depoentes.
— E o reconhecimento mundial do relatório como primeiro documento que sistematizou e apurou crimes, erros e omissões do governo no caso brasileiro — disse Renan.
O senador informou também que incluiu uma proposta legislativa que regulamenta o crimes de genocídio na legislação brasileira e sobre cooperação com o Tribunal Penal Internacional. A proposta de Randolfe Rodrigues passará a tramitar no Senado. Renan também apontou que foram acolhidos "todos os acréscimos compatíveis com a investigação".
"Serial killer"
Antes do início da sessão, Renan Calheiros conversou com jornalistas e chamou Bolsonaro de "serial killer" por conta das mais de 600 mil vidas perdidas para a Covid. "Essa responsabilidade é de muita gente, tem muitos indicados, mas ela é principalmente desse presidente, desse serial killer, que tem compulsão de morte e continua a repetir tudo o que fez anteriormente. Agora com a declaração de que a vacina pode proporcionar Aids, ele demonstra claramente que não tem respeito nenhum com a vida dos brasileiros", afirmou.
CPI pede quebra de sigilo e suspensão de contas de Bolsonaro após live
A CPI aprovou, ainda, o requerimento do senador Randolfe Rodrigues solicitando a quebra de sigilo telemático das redes sociais de Bolsonaro, a suspensão de acesso aos seus perfis e um pedido de retratação por declarações em live na semana passada em que ele associa a vacina contra a Covid-19 ao desenvolvimento do vírus da Aids.
Também foi aprovado o encaminhamento de informações sobre o episódio ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news. O presidente da CPI, Omar Aziz e o senador Eduardo Braga (MDB-AM) também vão encaminhar recomendação para que o Congresso Nacional se posicione sobre o tema.
—Presidência é uma instituição, não é um cargo de boteco. (Como o) presidente que se reporta ao povo brasileiro baseado em estudo que não tem cabimento nenhum, quando estamos implorando para a população se vacinar? — apontou Omar.
SUGESTÕES DE INDICAMENTOS
1) Jair Bolsonaro
Ao longo da pandemia, o presidente deu diversas declarações negacionistas sobre o vírus e se posicionou contra medidas de proteção como o uso da máscara e o isolamento social. Bolsonaro também fez campanha pelo uso de medicamentos sem comprovação científica.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte; charlatanismo; incitação ao crime; falsificação de documento particular; emprego irregular de verbas públicas
2) Marcelo Queiroga
Ministro da Saúde desde 23 de março, é questionado sobre possíveis interferências do presidente Bolsonaro no direcionamento do combate à pandemia, como orientações referentes ao uso da hidroxicloroquina e ao uso de máscaras. A atuação de sua pasta na crise sanitária também é questionada, especialmente no que se refere a aquisições de vacinas.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia culposa com resultado morte e prevaricação
3) Eduardo Pazuello
Ex-ministro da Saúde, o general do Exército comandou a pasta durante o pior momento da pandemia. Sua gestão ignorou ofertas de venda de vacinas da Pfizer. Contra ele também pesa a acusação de omissão do governo federal no enfrentamento ao colapso do sistema de saúde no Amazonas.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: emprego irregular de verbas públicas; prevaricação; comunicação falsa de crime e crimes contra a humanidade
4) Ernesto Araújo
Ministro das Relações Exteriores do Brasil de janeiro de 2019 a março de 2021. Sua postura agressiva contra a China é tida como um dos entraves para obtenção de vacinas e insumos necessários ao combate do novo coronavírus. O ex-chanceler também é questionado por supostamente priorizar a importação da hidroxicloroquina, que não tem efeitos comprovados contra a doença, em vez de investir em esforços na aquisição de vacinas.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia culposa com resultado morte e incitação ao crime
5) Onyx Lorenzoni
Ministro do Trabalho e Previdência, está na mira da CPI por sua defesa do tratamento precoce. Sua atuação durante o combate à pandemia também é questionada, já que as ações do governo são consideradas insuficientes e negligentes, o que teria contribuído para o elevado número de mortes.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime e crimes contra a humanidade
6) Walter Braga Netto
Ministro da Defesa e ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
7) Wagner de Campos Rosário
Ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), suspostamente prevaricou em relação a irregularidades envolvendo a Precisa Medicamentos e a atuação do lobista Marconny Albernaz de Faria.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: prevaricação
SENADORES E DEPUTADOS
8) Flávio Bolsonaro
Senador da República (Patriota-RJ) e filho mais velho do presidente Bolsonaro. Ao longo da pandemia também deu apoio a declarações negacionistas.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
9) Eduardo Bolsonaro
Deputado federal pelo PSL-SP e terceiro filho do presidente Bolsonaro. Ao longo da pandemia também deu apoio a declarações negacionistas e se posicionou contra medidas de proteção como o uso da máscara e o isolamento social.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
10) Bia Kicis
Deputada federal pelo PSL-DF, é uma das principais apoiadoras do presidente no Congresso e presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). É investigada no chamado inquérito das fakes news.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
11) Carla Zambelli
Deputada federal pelo PSL-SP e apoiadora de Bolsonaro, preside a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
12) Ricardo Barros
Líder do governo na Câmara, o deputado federal pelo PP do Paraná supostamente atuou em favor de empresas que tentavam vender vacinas para o governo federal.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa
13) Osmar Terra
Deputado federal (MDB-RS) e aliado próximo de Bolsonaro, é apontado como integrante e padrinho do suposto "gabinete paralelo". Ao longo da pandemia, foi um dos mais notórios críticos do isolamento social
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte e incitação ao crime
14) Carlos Jordy
Deputado Federal pelo PSL-RJ, o bolsonarista já foi vereador na cidade fluminense de Niterói.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
15) Luís Carlos Heinze* (nome foi incluído pela manhã a pedido do senador Alessandro Vieira e retirado à noite após reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco).
Senador pelo PP-RS, se destacou durante a CPI da Covid pela defesa de remédios ineficazes e informações falsas sobre a pandemia.
Solicitação de indiciamento sob acusação de disseminação de fake news
OUTROS POLÍTICOS
16) Carlos Bolsonaro
Vereador da cidade do Rio de Janeiro ( Republicanos-RJ) e segundo filho do presidente. Ao longo da pandemia também deu apoio a declarações negacionistas e se posicionou contra medidas de proteção como o uso da máscara e o isolamento social.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
17) Roberto Jefferson
Ex-deputado federal, o presidente do PTB se aproximou de Bolsonaro. É suspeito de disseminar fake news e está preso por ameças ao Supremo.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
18) Fábio Wajngarten
Ex-secretário de Comunicação da Presidência, é questionado pela ausência de campanhas informativas de combate à pandemia. Também está sob suspeita sua participação nas negociações para a aquisição de vacinas da Pfizer.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: prevaricação e advocacia administrativa
19) Mayra Pinheiro
Secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde. Conhecida como "capitã cloroquina", ela se notabilizou como defensora do tratamento precoce.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte, prevaricação e crime contra a humanidade
20) Roberto Ferreira Dias
Ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, foi exonerado do cargo logo após denúncia de pedido de propina revelado pela Folha.
Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM).
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção passiva; formação de organização criminosa e improbidade administrativa
21) Roberto Goidanich
Ex-presidente da Funag (Fundação Alexandre de Gusmão), braço de estudos e debates do Itamaraty. Na gestão de Goidanich, a fundação se transformou num reduto de seguidores do escritor Olavo de Carvalho e blogueiros de direita.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
22) Helio Angotti Neto
Secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime e epidemia com resultado morte
23) Heitor Freire de Abreu
Atualmente no Ministério da Defesa e ex-subchefe de Articulação e Monitoramento da Casa Civil
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
ASSESSORES DO GOVERNO FEDERAL
24) Filipe Martins
Assessor especial para Assuntos Internacionais do presidente da República.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
25) Tércio Arnaud Tomaz
Assessor especial da Presidência da República, é vinculado pelo Facebook a contas falsas para proferir ataques. Foi administrador da página "Bolsonaro Opressor 2.0" nas redes sociais antes da eleição do presidente.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
26) Arthur Weintraub
Ex-assessor da Presidência e irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. É apontado como o idealizador do "gabinete paralelo", grupo de aconselhamento do presidente fora do Ministério da Saúde.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
27) Airton Antônio Soligo
Ex-assessor especial do Ministério da Saúde.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: usurpação de função pública
MILITARES
28) Élcio Franco
Ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, era braço direito de Pazuello durante a gestão da pandemia. Atualmente é assessor especial da Casa Civil.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte e improbidade administrativa
29) Alex Lial Marinho
Tenente-coronel e ex-coordenador de logística do ministério
Sugestão de indiciamento sob acusação de: advocacia administrativa
30) Coronel Marcelo Bento Pires
Teria feito pressão em favor da Covaxin
Sugestão de indiciamento sob acusação de: advocacia administrativa
31) Coronel Hélcio Bruno
Teria intermediado a negociação de vacinas
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
SERVIDORES
32) Thiago Fernandes da Costa
Servidor do Ministério da Saúde que atuou na elaboração do contrato da Covaxin e responde em ação de improbidade ao lado de empresa ligada à Precisa Medicamentos
Sugestão de indiciamento sob acusação de: advocacia administrativa
33) Regina Célia de Oliveira
Servidora e fiscal contrato da vacina Covaxin
Sugestão de indiciamento sob acusação de: advocacia administrativa
GOVERNO DO AMAZONAS
34) Wilson Lima (PSC)
Governador do Amazonas, Wilson Lima é apontado no relatório devido a situação de calamidade pública ocorrida no estado no início de 2021 e por não ter agido para evitar o colapso do Lima. O governador não teria agido alertas relativos a possibilidade de escassez de oxigênio, cedeu a pressões para relaxar distanciamento, além de apoiar o Kit Covid
35) Marcellus Campêlo
Ex-secretário de Saúde do Amazonas também é apontado por gestão inadequada da crise sanitária em Manaus
EMPRESÁRIOS E DIRETORES DE EMPRESAS
36) Carlos R. Wizard Martins
O empresário é tido como um dos integrantes do "gabinete paralelo".
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte e incitação ao crime
37) Luciano Hang
Defensor do tratamento precoce contra a Covid-19, o empresário catarinense também é suspeito de fazer parte do gabinete paralelo que assessorava o governo federal nas decisões referentes ao combate ao coronavírus.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
38) Francisco Emerson Maximiano
Dono da Precisa Medicamentos. A empresa foi intermediária nas negociações da compra da vacina indiana Covaxin pelo governo Bolsonaro.
Também é sócio da Global Gestão em Saúde, que, segundo o Ministério da Saúde, enganou o governo federal em um negócio de R$ 20 milhões feito em 2017 por medicamentos jamais entregues.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica; formação de organização criminosa e improbidade administrativa
39) José Ricardo Santana
O empresário é apontado como amigo do ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias e teria participado de um jantar no qual teria ocorrido pedido de propina para que a compra de vacinas avançasse. Integrantes da CPI acreditam que ele seja lobista da Precisa Medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: formação de organização criminosa
40) Emanuella Medrades
Diretora técnica da Precisa Medicamentos, teria agido junto ao Ministério da Saúde para alterar a forma de pagamento pelos 20 milhões de doses da Covaxin que estavam previstas, mas não foram entregues.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica; formação de organização criminosa e improbidade administrativa
41) Marcos Tolentino da Silva
CPI acredita que o empresário é sócio oculto da FIB Bank Garantias, companhia usada pela Precisa Medicamentos para oferecer uma carta de fiança à Saúde em negociação para a compra da Covaxin.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: formação de organização criminosa e improbidade administrativa
42) Otavio Fakhoury
Empresário bolsonarista, teria financiado a disseminação de fake news, segundo a CPI. É um dos fundadores da Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Bolsonaro buscou criar após deixar o PSL.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
43) Eduardo Parrillo
Dono da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade
44) Fernando Parrillo
Dono da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade
45) Raimundo Nonato Brasil
Sócio da empresa VTCLog. Há suspeitas, segundo a CPI, de irregularidades em série nos contratos da companhia com o Ministério da Saúde, que passam por negócios sem licitação, reajustes com indícios de sobrepreço e a grande quantidade de transações com recursos em espécie.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa e improbidade administrativa
46) Pedro B. Batista Júnior
Diretor-executivo da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem, omissão de notificação de doença, falsidade ideológica e crime contra a humanidade
47) Danilo Berndt Trento
Diretor institucional da Precisa Medicamentos e sócio da Primarcial Holding e Participações Ltda. Faria parte, segundo a CPI, de um esquema envolvendo um grande emaranhado de empresas e agentes da Saúde, para fraudar contratos da pasta.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: formação de organização criminosa e improbidade administrativa
48) Andreia da Silva Lima
Diretora-executiva da empresa VTCLog. Há suspeitas, segundo a CPI, de irregularidades em série nos contratos da companhia com o Ministério da Saúde, que passam por negócios sem licitação, reajustes com indícios de sobrepreço e a grande quantidade de transações com recursos em espécie.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa e improbidade administrativa
49) Carlos Alberto Sá
Sócio da empresa VTCLog. Há suspeitas, segundo a CPI, de irregularidades em série nos contratos da companhia com o Ministério da Saúde, que passam por negócios sem licitação, reajustes com indícios de sobrepreço e a grande quantidade de transações com recursos em espécie.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa e improbidade administrativa
50) Teresa Cristina de Sá
Sócia da empresa VTCLog
Sugestão de indiciamento sob acusação de: improbidade administrativa
51) José Alves
Empresário e dono da Vitamedic
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
MÉDICOS
52) Luciano Dias Azevedo
Anestesista, é considerado um dos médicos mais influentes entre defensores do tratamento precoce. Teria partido dele a elaboração de uma minuta de decreto para alterar a bula da hidroxicloroquina, ampliando o uso do medicamento para a Covid-19.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
53) Nise Hitomi Yamaguchi
Oncologista, é defensora do uso da hidroxicloroquina e da cloroquina no tratamento contra a Covid-19. Também se aproximou do governo e é tida como integrante do "gabinete paralelo".
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
54) Paolo Zanoto
Virologista e professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, alinhou-se aos defensores do chamado tratamento precoce contra a Covid. Também se aproximou do governo e é tido como um membro do "gabinete paralelo".
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
55) Flávio Adsuara Cadegiani
Médico que fez estudo com proxalutamida —droga testada no combate ao câncer e que pode ter levado pacientes da Covid-19 à morte.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: crime contra a humanidade
56) Daniella de Aguiar Moreira da Silva
Médica da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: crime de omissão e crime consumado
57) Paola Werneck
Médica da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem
58) Daniel Arrido Baena
Médico da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica
59) João Paulo Barros
Médico da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica
60) Farnanda de Oliveira Igarashi
Médica da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica
61) Carla Guerra
Médica da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade
62) Rodrigo Esper
Médico da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade
63) Fernanda Oikawa
Médico da Prevent Senior. Dossiê assinado por 15 médicos e entregue à CPI afirma que a Prevent usou seus hospitais como um laboratório para estudos com hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, sem consultar pacientes e familiares sobre a administração desses medicamentos.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: perigo para a vida ou saúde de outrem e crime contra a humanidade
64) Mauro Luiz de Brito Ribeiro
Presidente do Conselho Federal de Medicina, teria dado suporte à prescrição de remédios ineficazes. Também teria sido omisso diante de supostos crimes denunciados ao órgão, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
65) Antonio Jordão
Presidente da Associação Médicos pela Vida
Sugestão de indiciamento sob acusação de: epidemia com resultado morte
INTERMEDIÁRIOS E LOBISTAS
66) Túlio Silveira
Representante da Precisa Medicamentos, o advogado é acusado pela CPI de ter participação na negociação da vacina Covaxin.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: falsidade ideológica e improbidade administrativa
67) Rafael Francisco Carmo Alves
Intermediador nas tratativas da Davati. A empresa está envolvida em negociações de milhões de doses da vacina da AstraZeneca, sem aval da fabricante, com a cúpula do Ministério da Saúde e a intermediação de militares e de uma ONG evangélica.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa
68) José Odilon Torres da Silveira Júnior
Intermediador nas tratativas da Davati Medical Supply, empresa envolvida em negociações de milhões de doses da vacina da AstraZeneca, sem aval da fabricante, com a intermediação de militares e de uma ONG evangélica.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa
69) Cristiano Carvalho
Representante da Davati Medical Supply, empresa envolvida em negociações de milhões de doses da vacina da AstraZeneca, sem aval da fabricante, com a intermediação de militares e de uma ONG evangélica.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa
70) Marcelo Blanco da Costa
Ex-assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, também seria intermediador nas tratativas da Davati.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa
71) Luiz P. Dominguetti Pereira
Representante da empresa Davati Medical Supply, afirmou em entrevista à Folha ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina contra a Covid-19, feito por um diretor do Ministério da Saúde, em troca de fechar contrato com o governo.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: corrupção ativa
72) Marconny Albernaz de Faria
Lobista apontado como intermediário da Precisa Medicamentos. Há indícios de que ele mantinha relação com o núcleo familiar e uma advogada de Bolsonaro.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: formação de organização criminosa
73) Amilton Gomes de Paula
Reverendo que intermediou a venda de vacinas
Sugestão de indiciamento sob acusação de: tráfico de influência
BLOGUEIROS
74) Allan Lopes dos Santos
Blogueiro bolsonarista e dono do site Terça Livre, é uma espécie de líder informal das redes bolsonaristas. É muito ligado ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 do presidente Jair Bolsonaro.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
75) Paulo de Oliveira Eneas
Editor do site bolsonarista Crítica Nacional, é suspeito de disseminar fake news, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
76) Bernardo Kuster
Diretor do Jornal Brasil Sem Medo, de conteúdo bolsonarista, é suspeito de disseminar fake news, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
77) Oswaldo Eustáquio
Blogueiro bolsonarista, é suspeito de disseminar fake news, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
78) Richard Pozzer
Artista gráfico, é supeito de disseminar fake news, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
79) Leandro Ruschel
Influenciador e empresário, é suspeito de disseminar fake news, segundo a CPI.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: incitação ao crime
EMPRESAS
80) Precisa Medicamentos
A empresa foi intermediária nas negociações da compra da vacina indiana Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: ato lesivo à administração pública
81) VTC Operadora Logística - VTCLog
Existem suspeitas de irregularidades em série nos contratos da VTCLog com o Ministério da Saúde, que passam por negócios sem licitação, reajustes com indícios de sobrepreço e a grande quantidade de transações com recursos em espécie.
Sugestão de indiciamento sob acusação de: ato lesivo à administração pública.

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